Picos da Europa.
Falar do Parque Nacional dos Picos
da Europa é referir uma das mais belas regiões da Península Ibérica, em
geral, e de Espanha, em particular. Aqui confluem as comunidades autónomas de Castela e Leão, da Cantábria e do Principado das Astúrias, num
imponente cenário de grande beleza natural. As paisagens deslumbrantes, as
rotas de montanha, os povoados em locais recônditos, os monumentos de singular
interesse, são, entre muitos outros, motivos mais que suficientes para partir à
descoberta deste majestoso lugar, onde a montanha é rainha incontestada.
Mapa dos Picos da Europa. Via
Foi graças a uma oportuna conjugação de factores que, finalmente, consegui
riscar a viagem de moto aos Picos da Europa da minha bucket list (lista de tarefas a cumprir antes de “bater a bota”, ou
em inglês, kick the bucket). Assim,
a disponibilidade pessoal (semana de feriados do mês de Junho), a época do ano
(época baixa) e a situação climatérica (bom tempo) permitiram-me testemunhar a
riqueza destas terras altas e disfrutar do seu magnífico património natural
durante 4 dias.
Dia 1 (12
de Junho)
O trajecto escolhido para o início da aventura foi sensivelmente o mesmo
que já tinha percorrido quando fui assistir ao GP La
Bañeza, ou seja, atravessando Trás-os-Montes por estradas nacionais e entrando em Espanha pela fronteira das Três Marras,
que liga Avelanoso (concelho de Vimioso) a Alcañices,
seguindo pela ZA-912 em direcção a Villardeciervos para, um pouco mais à
frente, tomar a A-52 e, desta vez, a A-66 em direcção a León.
Em direcção aos Picos da
Europa.
Os cerca de 37ºC de temperatura registados no termómetro da minha VFR800
foram companheiros indesejados durante a breve visita efetuada a León, capital
da província homónima, famosa por sua catedral
gótica, iniciada no século XIII e que se encontra em pleno Caminho de
Santiago, bem como pela Casa
Botines, uma das primeiras obras do famoso arquiteto catalão Antoni Gaudí.
Casa Botines, León.
Catedral gótica de León.
Depois dos níveis da moto e do condutor terem sido devidamente repostos,
o mais importante era mesmo não perder o rumo para a cordilheira dos Picos da
Europa e para os pouco mais que uma centena de quilómetros que separam León da
localidade de Boca de Huérgano, local escolhido para passar a primeira noite em
ambiente (pré) montanhoso. As estradas nacionais N-601 e N-625 foram
percorridas sem pressas e a disfrutar da paisagem quando, de repente, dou por
mim a atravessar um pequeno túnel (logo após a Central Hidráulica La Remolina),
qual porta de entrada de um fascinante mundo por descobrir. E era mesmo...
Ponte sobre a albufeira de Riaño
(Remolina).
O destino deste primeiro dia de viagem foi o Hotel
Tierra de la Reina, não sem antes ter um primeiro contacto com as reviradas
estradas de montanha, neste caso a N-621, para conhecer dois dos mais emblemáticos
locais desta zona da Cantábria, o Mirador
del Corzo e o Monumento
Al Oso Pardo.
Mirador del Corzo, Puerto
de San Glorio.
Monumento Al Oso Pardo, Puerto
de San Glorio.
Chegado ao hotel e com o conforto de já ter o quarto reservado (sim, que
isto de andar à aventura, sem destino e sem marcações, não faz muito o meu género),
o check-in foi efectuado sem
problemas e, após um belo prato de “Bacalao a la Vizcaína”, ainda foi tempo
esticar as pernas e conhecer alguns dos pontos de interesse deste pequeno e
tranquilo município, onde se destacam o Torreón
de los Tovar (ruínas da fortaleza dos Tovar, os senhores da vila, de onde
só resta o torreão de finais do século XIV, o qual foi restaurado em 2012 e alberga
actualmente o centro de interpretação da fortificação) e a Ponte
antiga sobre o Rio Yuso (do século XV, posteriormente recuperada no século
XVIII).
Hotel Tierra de la Reina,
Boca de Huérgano, na companhia de um grupo de motociclistas britânicos sexagenários
onde se destacava uma impecável Honda CB750 K0 (1969/70)!
Torreón de los Tovar, Boca
de Huérgano.
Ponte antiga sobre o Rio
Yuso, Boca de Huérgano.
Continua...
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