quinta-feira, 19 de setembro de 2019

JASDF Blue Junior

Quando finalmente o Japão começou a reconstruir as suas forças armadas, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, ficou prometido que nunca mais as iria utilizar para fins ofensivos. Assim e até aos dias de hoje, ao seu Exército, Marinha e Força Aérea apenas lhes é permitido disparar em situação de autodefesa, ou seja, se alguém os atacar primeiro.

Relativamente à Força Aérea (JASDF – Japan Air Self-Defense Force) e para comemorar condignamente o 60.º aniversário da sua criação, nada é mais apropriado do que uma exibição de acrobacia com aviões... sem ser preciso descolar!

Esquadrão Honda Dio. Via 

Os intervenientes neste evento interno de relações públicas pertencem ao Blue Junior Comical Acrobat Team, um grupo criado em 1992, composto por funcionários de terra da JASDF, cujas funções vão desde mecânicos a pessoal de apoio, que efectuam vários exercícios de destreza colectiva aos comandos de scooters, “vestidas” a rigor para a ocasião.

Inspirado no esquadrão acrobático Blue Impulse da JASDF criado no início dos anos 60, o Blue Junior efectua diversas manobras em formação, passagens e cruzamentos, sem no entanto nunca deixar o chão e a uma velocidade máxima estonteante de... 25 km/h!

Esquadrão Honda Gyro (3 rodas). Via 

As “aeronaves” utilizadas pelo Blue Junior têm por base a Honda Dio (50cc a 2T com rodas de 10”) e a Honda Gyro Canopy (50cc a 2T com 1 roda de 12” à frente e duas rodas de 8” a trás), sobre as quais a equipa concebeu uma engenhosa construção em fibra GRP e contraplacado, assente numa estrutura de alumínio, que por sua vez foi aparafusada nas scooters. O resultado final é no mínimo curioso e deixa qualquer espectador com um sorriso nos lábios, especialmente com a passagem das Honda Dio, onde até as hélices são motorizadas através de um pequeno motor de limpa pára-brisas automóvel.

À primeira vista poder-se-á pensar que as pequenas rodas estabilizadoras montadas sob as asas destes “aviões” de palmo e meio servem para evitar quedas por “aterragens forçadas”, devido à fraca destreza dos “pilotos”. Mas não, a verdadeira razão prende-se com o facto de a “fuselagem” ser fechada e não permitir a colocação dos pés no chão, evitando assim o inevitável tombo sempre que estiverem parados.



Fonte: The Vintagent