Quando finalmente o Japão começou a reconstruir as suas forças armadas,
no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, ficou prometido que nunca mais as iria utilizar
para fins ofensivos. Assim e até aos dias de hoje, ao seu Exército, Marinha e Força
Aérea apenas lhes é permitido disparar em situação de autodefesa, ou seja, se
alguém os atacar primeiro.
Relativamente à Força Aérea (JASDF – Japan Air
Self-Defense Force) e para comemorar condignamente o 60.º aniversário da sua criação,
nada é mais apropriado do que uma exibição de acrobacia com aviões... sem ser
preciso descolar!
Esquadrão Honda Dio. Via
Os intervenientes neste evento interno de relações públicas pertencem ao
Blue Junior Comical Acrobat Team, um grupo criado em 1992, composto por
funcionários de terra da JASDF, cujas funções vão desde mecânicos a pessoal de
apoio, que efectuam vários exercícios de destreza colectiva aos comandos de
scooters, “vestidas” a rigor para a ocasião.
Inspirado no esquadrão acrobático Blue Impulse da JASDF criado
no início dos anos 60, o Blue Junior efectua diversas manobras em formação,
passagens e cruzamentos, sem no entanto nunca deixar o chão e a uma velocidade
máxima estonteante de... 25 km/h!
Esquadrão Honda Gyro (3
rodas). Via
As “aeronaves” utilizadas pelo Blue Junior têm por base a Honda Dio (50cc a 2T com
rodas de 10”) e a Honda Gyro
Canopy (50cc a 2T com 1 roda de 12” à frente e duas rodas de 8” a trás), sobre
as quais a equipa concebeu uma engenhosa construção em fibra GRP e
contraplacado, assente numa estrutura de alumínio, que por sua vez foi aparafusada
nas scooters. O resultado final é no mínimo curioso e deixa qualquer espectador
com um sorriso nos lábios, especialmente com a passagem das Honda Dio, onde até
as hélices são motorizadas através de um pequeno motor de limpa pára-brisas
automóvel.
À primeira vista poder-se-á pensar que as pequenas rodas estabilizadoras
montadas sob as asas destes “aviões” de palmo e meio servem para evitar quedas
por “aterragens forçadas”, devido à fraca destreza dos “pilotos”. Mas não, a verdadeira
razão prende-se com o facto de a “fuselagem” ser fechada e não permitir a
colocação dos pés no chão, evitando assim o inevitável tombo sempre que
estiverem parados.
Fonte: The
Vintagent