Para além da corrida das motas clássicas que habitualmente participam no “nacional”, esta segunda visita do CNV à pista do Estoril contou também com duas corridas do competitivo ICGP – Internacional Classic Grand Prix, uma fórmula criada em 1999 e dedicada a motas clássicas de competição com cilindradas entre os 250cc e 350cc dos anos 1974 a 1984, que este ano inclui corridas em 6 circuitos de 5 países diferentes: França (Paul Ricard), Portugal (Estoril), Espanha (Jerez), Reino Unido (Mallory Park), Reino Unido (Cadwell Park) e Itália (Misano).
ICGP – Corrida 1
E a solarenga tarde de Domingo não podia ter começado da melhor maneira, precisamente com a 1.ª corrida do ICGP que pelas 14h00 fez a sua estreia em Portugal, num total de 11 voltas ao circuito de 4.182 m (46 km).
Dos 30 pilotos de 9 nacionalidades diferentes que marcaram presença nesta 2.ª jornada do ano, dois deles deram um grande espectáculo nas duas corridas do Estoril, acabando por discutir a primeira posição até à bandeirada de xadrez.
A representação lusa esteve a cargo de Alberto Pires (Yamaha TZ H
#217) nas 250cc, juntamente com António Machado (Yamaha TZ G #218) e Hermano
Sobral (Yamaha TZ G #201) nas 350cc.
Destes
três pilotos, apenas os dois primeiros alinharam nesta corrida devido a uma
avaria na máquina de Hermano Sobral durante os treinos, isto apesar de Alberto
Pires se ter debatido com problemas de fadiga de material na sua TZ 250.
Na classe de 350cc, o britânico George Hogton-Rusling (Gourlay Harris #144) cortou a meta em primeiro lugar, logo seguido pelo francês Guy Bertin (Kawasaki KR #1), separados entre si pela escassa margem de 1 milésimo de segundo! Em terceiro lugar ficou o britânico Richard Parker (Spondon #20) a mais de 30s. António Machado (Yamaha TZ G #218) terminou na 9.ª posição.
Nas 250cc e depois da queda do britânico Colin Sleigh (Yamaha TZ H #29) durante a primeira volta, o belga Yves Hecq (Armstrong #44) levou a melhor sobre o jornalista/piloto português Alberto Pires (Yamaha TZ H #217), que acabou por conquistar um brilhante segundo lugar no final da corrida (7.ª posição na geral). O lugar mais baixo do pódio foi para o francês Marc Auboiron (Yamaha TZ H #16).
Classificação geral (ICGP-Corrida 1): 1.º George Hogton-Rusling (Gourlay Harris), 11 voltas em 21m33,353s; 2.º Guy Bertin (Kawasaki KR), a 0,001; 3.º Richard Parker (Spondon), a 33,551; 4.º Andy Muggleton (Yamaha TZ), a 40,236; 5.º Richard Peers Jones (Yamaha TZ), a 42,218; ... 7.º Alberto Pires (Yamaha TZ), a 1.24,335; ... 9.º António Machado (Yamaha TZ), a 1.52,937; etc.
Resumo da corrida do jornalista/piloto português Alberto Pires (Yamaha TZ H #217). Via
CNV – Clássicas
Por volta das 16h00, 10 pilotos apresentavam-se à partida para a corrida de clássicas do CNV (9 voltas, num total de 37,6 km), repartidos pelas três classes existentes no campeonato: C1, C2 e C3.
Sem tempo para reparar condignamente a mota após a 1.ª corrida do ICGP, Alberto Pires e a sua Yamaha TZ H #217 de 250cc saiam da pole position com um tempo de 2m03,743s, tendo a seu lado António Machado (Yamaha TZ G #218) com 2m05,024s e Bernardo Vilar (Honda 900 Bol d'Or #244) com 2m06,580s, todos pertencentes à classe C3.
Mesmo com os problemas de fadiga de material a agravarem-se na TZ 250, Alberto Pires conseguiu levar de vencida esta corrida. Segundo o próprio: “Foi um verdadeiro massacre, a cada volta que passava o motor acordava cada vez mais tarde e acabava cada vez mais cedo. A meio da prova a faixa de utilização situava-se entre as 9.500 e as 11.500 rpm, e as trajectórias ressentiam-se disso. Nunca pensei que acabasse a prova”.
O ordenamento definitivo dos três primeiros (e da Classe C3) ficou definido à terceira volta. Bernardo Vilar (Honda 900 Bol d'Or #244) arrancou melhor, mas logo à segunda passagem pela meta Alberto Pires (Yamaha TZ H #217) foi para a frente e venceu com 10 segundos de avanço sobre António Machado (Yamaha TZ G #218), que entretanto ascendeu ao 2.º lugar, terminando diante de André Caetano (Honda 900 Bol d'Or #222) e de Bernardo Vilar.
Na Classe C2, José Barbosa (BMW #118) obteve a primeira posição (6.º lugar da geral), seguido de Francisco Monteiro (Yamaha #169) em 8.º da geral e de João Leandro (Triumph #130) no 9.º lugar final.
Finalmente na Classe C1, o único representante foi o piloto Jerome Chevalley (Norton #4) que obteve o 7.º lugar da classificação geral.
Classificação geral CNV – Clássicas:
Classe C3: 1.º Alberto Pires (Yamaha), 9 voltas em 18m52,698s; 2.º
António Machado (Yamaha), a 10,086s; 3.º André Caetano (Honda), a 18.582s.
Classe C2: 1.º José Barbosa (BMW), a 1.06,176; 2.º Francisco
Monteiro (Yamaha), a 1 volta; 3.º João Leandro (Triumph), a 2 voltas.
Classe
C1: 1.º Jerome Chevalley (Norton), a 1 volta.
Resumo da corrida do jornalista/piloto português Alberto Pires (Yamaha TZ H #217). Via
ICGP – Corrida 2
A longa tarde de corridas terminou em beleza com a disputa da segunda corrida do ICGP, já depois das 18h00, novamente com um total de 11 voltas ao circuito de 4.182 m (46 km).
Os representantes lusos nesta corrida foram António Machado (Yamaha TZ G #218) e Hermano Sobral (Yamaha TZ G #201) nas 350cc, já que os problemas de fadiga de material agravaram-se de tal forma na TZ 250 de Alberto Pires que o piloto ficou impossibilitado de participar, enquanto que Hermano Sobral conseguia solucionar a avaria que o impediu de participar nas corridas anteriores, alinhando assim à partida.
A batalha pela vitória nesta 2.ª corrida (e nas 350cc) teve os mesmos dois pilotos como protagonistas, mas desta vez o francês Guy Bertin (Kawasaki KR #1) desforrou-se mas igualmente por escassa margem (78 milésimos) sobre o britânico George Hogton-Rusling (Gourlay Harris #144), enquanto que o também britânico Richard Parker (Spondon #20) bisou no 3.º lugar. António Machado (Yamaha TZ G #218) terminou na 10.ª posição, seguido de Hermano Sobral (Yamaha TZ G #201) no 11.º lugar.
Nas 250cc, o belga Yves Hecq (Armstrong #44) bisou no lugar mais alto do pódio, seguido do alemão Stefan Tennstâdt (Bakker Rotax #18) e do britânico Colin Sleigh (Yamaha TZ H #29), entretanto refeito da queda de que foi protagonista na 1.ª corrida.
Classificação geral (ICGP-Corrida 2): 1.º Guy Bertin, 11 voltas em 21m34,015; 2.º George Hogton-Rusling, a 0,078; 3.º Richard Parker, a 41,685; 4.º Andy Muggleton, a 46,563; 5.º Richard Peers Jones, a 58,731; ... 10.º António Machado, a 1.48,877; 11.º Hermano Sobral, a 1.56,593; etc.
No final do dia as opiniões eram unânimes, realçando o excelente fim-de-semana de corridas num circuito que foi do agrado de todos, com excelentes condições (boxes espaçosas e com boa cobertura Wifi), uma calorosa recepção por parte da organização, muito sol e boa disposição.
Para o ano, a pista do Autódromo de Portimão poderá receber a visita das motas clássicas de 350cc e de 250cc, em mais uma ronda do Internacional Classic Grand Prix em Portugal. Será? Espero que sim.
Fontes: ICGP – Internacional Classic Grand Prix, Foi mesmo bom, Federação de Motociclismo de Portugal
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