Com duas saborosas vitórias no GP Indonésia (Circuito Mandalika) e no GP
Tailândia (Circuito Chang International), em duas corridas à chuva onde a diferença
de performance da KTM face às suas rivais do pelotão não foi tão notória, Miguel Oliveira
demonstrou todos os seus dotes de condução neste tipo de condições difíceis, assegurando
a suas quarta e quinta vitórias na categoria rainha do motociclismo de
velocidade.
Miguel Oliveira em acção no
GP Valência. Via
O piloto de Almada comenta assim o seu resultado final na temporada de
2022 no MotoGP: “(...) 10.º no
campeonato, neste grupo tão de elite de pilotos que temos no mundial, com a
nossa moto com todos os altos e baixos que tive este ano, sair com o décimo
lugar não é mau de todo. É positivo”, adicionando ainda em declarações
divulgadas pela própria KTM que “O 10.º
lugar no campeonato não era o objetivo e podíamos ter conseguido o 8.º”,
revelando então algum desapontamento por ter falhado o objetivo que tinha
traçado para este fim de temporada de MotoGP.
Resumo da prestação de Miguel Oliveira nas 20 corridas de MotoGP:
06
Março - GP Qatar (Circuito Losail) – Abandono [queda] (0 pts.).
20
Março - GP Indonésia (Circuito Mandalika) – 1.º lugar (25 pts.).
03
Abril - GP Argentina (Circuito Termas de Rio Hondo) – 13.º lugar (3 pts.).
10
Abril - GP Américas (Circuito das Américas) – 18.º lugar (0 pts.).
24
Abril - GP Portugal (Autódromo Internacional do Algarve) – 5.º lugar (11
pts.).
01
Maio - GP Espanha (Circuito Jerez de La Frontera) – 12.º lugar (4 pts.).
15
Maio - GP França (Circuito Bugatti-Le Mans) – Abandono [queda] (0 pts.).
29
Maio - GP Itália (Circuito Mugello) – 9.º Lugar (7 pts.)
05
Junho - GP Catalunha (Circuito Montmeló) – 9.º lugar (7 pts.).
19
Junho - GP Alemanha (Circuito Sachsenring) – 9.º lugar (7 pts.).
26
Junho - GP Países Baixos (Circuito Assen) – 9.º lugar (7 pts.).
– Pausa de Verão –
07
Agosto - GP Grã-Bretanha (Circuito Silverstone) – 6.º Lugar (10 pts.).
21
Agosto - GP Áustria (Circuito Spielberg) – 12.º lugar (4 pts.).
04
Setembro - GP San Marino (Autódromo Marco Simoncelli) – 11.º lugar (5
pts.).
18
Setembro - GP Aragón (MotorLand Aragón) – 11.º lugar (5 pts.).
25
Setembro - GP Japão (Circuito Motegi) – 5.º lugar (11 pts.).
02
Outubro - GP Tailândia (Circuito Chang International) – 1.º lugar (25
pts.).
16
Outubro - GP Austrália (Circuito Phillip Island) – 12.º lugar (4 pts.).
23
Outubro - GP Malásia (Circuito Sepang) – 13.º lugar (3 pts.).
06
Novembro - GP Valência (Circuito Ricardo Tormo) – 5.º lugar (11 pts.).
Classificação final: 1.º Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team – #63),
265 pts.; 2.º Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP – #20), 248 pts.;
3.º Enea Bastianini (Gresini Racing MotoGP – #23), 219 pts.; 4.º Aleix
Espargaro (Aprilia Racing – #41), 212 pts.; 5.º Jack Miller (Ducati Lenovo Team
– #43), 189 pts.; ... ; 10.º Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory
Racing – #88), 149 pts.; etc.
Feitas as contas no final do campeonato, o piloto Francesco Bagnaia é o
novo Campeão do Mundo de MotoGP com a Ducati oficial, um enorme feito para o
italiano já que foi o piloto que garantiu mais vitórias em 2022, que liderou
mais voltas em corrida, e que é também o piloto que leva o prémio de maior
número de “pole position” conquistadas. Para a Ducati, esta é uma temporada de
ouro, pois para além dos títulos de construtor e equipas, adiciona ainda o tão
ambicionado título de pilotos que lhes escapava desde 2007, com Casey Stoner. A
Ducati garante assim o triplete de MotoGP.
Quanto a Miguel Oliveira e no rescaldo do GP Valência, o piloto luso faz
um balanço do que foram os muitos anos a competir aos comandos das motos
“laranja”: “É um momento emotivo porque é
uma despedida depois de vários anos de ligação com a KTM, muitas conquistas,
muitas emoções partilhadas, boas e más, mas o nosso desporto é feito disso
mesmo, qualquer vida desportiva é feita de altos e baixos, mas como eu disse
ontem não deixei nenhuma gota de suor dentro do corpo por gastar. Estou
orgulhoso do percurso que fiz com a KTM, muitas das vezes fiquei aquém daquilo
que sou capaz de fazer, tal como hoje, mas saindo de 14.º não podia esperar
muito mais”.
Miguel Oliveira disse então adeus à KTM RC16 e está muito perto de se
estrear em pista aos comandos da sua nova moto, num teste agendado para o
circuito valenciano. Apesar de continuar sob contrato da KTM até ao final do
ano, Miguel Oliveira juntou-se à sua nova equipa RNF Aprilia, liderada pelo malaio
Razlan Razali, onde o piloto português (ao lado do seu novo companheiro de
equipa Raul Fernandez) se sentou pela primeira vez na sua nova moto de 2023, a
Aprilia RS-GP.
Miguel Oliveira na equipa
RNF Aprilia onde vai correr em 2023. Via
Miguel Oliveira está assim prestes a iniciar uma nova vida no MotoGP,
aos comandos de uma moto com motor V4, tal como é a KTM RC16 que pilotou
durante quatro temporadas, mas agora equipada com um quadro dupla trave em
alumínio e suspensões Öhlins, elementos que contrastam bastante com o quadro
austríaco e com as suspensões WP, propriedade da KTM.
Força Miguel!
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