Por razões várias, este ano de 2021 foi para Miguel Oliveira uma verdadeira montanha-russa de emoções, com momentos altos e baixos, que ao nível desportivo acabou por ser uma época das menos conseguidas desde que o piloto de Almada fez a sua estreia no mundial de velocidade de motociclismo em 2011 (categoria de 125cc).
Em termos pessoais, o seu casamento e o nascimento da filha foram certamente dois registos marcantes e de grande importância na sua vida. Já nas pistas, a sua prestação aos comandos da KTM RC16 #88 da equipa de fábrica da marca austríaca (Red Bull KTM Factory Racing) foi algo inconstante e pouco regular, debatendo-se com dificuldades ao nível do comportamento dos pneus e do chassis da sua moto.
Grande Prémio da Catalunha (Circuito
de Montmeló). Via
A boa performance do piloto português no final da primeira metade do campeonato, com 3 pódios conquistados (GP Itália - 2.º lugar, GP Catalunha - 1.º lugar e GP Alemanha - 2.º lugar), que lhe valia o 7.º lugar na classificação geral, contrastou com os 5 abandonos (GP França, GP Estíria, GP Áustria, GP Emilia Romana e GP Algarve) e outras corridas sem obter qualquer ponto, que acabaram por resultar no 14.º lugar final com apenas 94 pontos.
Resumo da prestação de Miguel Oliveira nas 18 corridas de MotoGP:
28 Março - GP Qatar (Circuito Losail) – 13.º lugar (3 pts.).
04 Abril - GP Doha (Circuito Losail) – 15.º lugar (1 pt.).
18 Abril - GP Portugal (Autódromo Internacional do Algarve) – 16.º lugar (0 pts.).
02 Maio - GP Espanha (Circuito Jerez de La Frontera) – 11.º lugar (5 pts.).
16 Maio - GP França (Circuito Bugatti-Le Mans) – Abandono - queda (0 pts.).
30 Maio - GP Itália (Circuito Mugello) – 2.º Lugar (20 pts.)
06 Junho - GP Catalunha (Circuito de Montmeló) – 1.º lugar (25 pts.).
20 Junho - GP Alemanha (Circuito Sachsenring) – 2.º Lugar (20 pts.)
27 Junho - GP Países Baixos (Circuito Assen) – 5.º Lugar (11 pts.)
– Pausa de Verão –
08 Agosto - GP Estíria (Circuito de Spielberg) – Abandono - pneu dianteiro (0 pts.).
15 Agosto - GP Áustria (Circuito de Spielberg) – Abandono - queda (0 pts.).
29 Agosto - GP Grã-Bretanha (Circuito de Silverstone) – 16.º Lugar (0 pts.).
12 Setembro - GP Aragão (Motorland Aragão) – 14.º lugar (2 pts.).
19 Setembro - GP San Marino (Autódromo Marco Simoncelli) – 20.º lugar (0 pts.).
03 Outubro - GP Américas (Circuito das Américas) – 11.º lugar (5 pts.).
24 Outubro - GP Emilia Romana (Autódromo Marco Simoncelli) – Abandono - queda (0 pts.).
07 Novembro - GP Algarve (Autódromo Internacional do Algarve) – Abandono - queda (0 pts.).
14 Novembro - GP Comunidade Valenciana (Circuito Ricardo Tormo) – 14.º lugar (2 pts.).
Classificação final: 1.º Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP – #20), 278 pts.; 2.º Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team – #63), 252 pts.; 3.º Joan Mir (Team SUZUKI ECSTAR – #36), 208 pts.; 4.º Jack Miller (Ducati Lenovo Team – #43), 181 pts.; 5.º Johann Zarco (Pramac Racing – #5), 173 pts.; ... ; 14.º Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory Racing – #88), 94 pts.; etc.
No final, o piloto francês Fabio Quartararo foi coroado Campeão do Mundo de MotoGP, com 5 poles, 5 vitórias em 10 pódios conquistados e um total de 278 pontos, numa temporada que ficou marcada pela despedida de Valentino “Il Dottore” Rossi, o grande campeão italiano que, aos 42 anos de idade e mais de 25 anos ao mais alto nível (9 vezes campeão mundial com 115 vitórias em GP), encerrou a sua brilhante carreira nas motos para se dedicar à VR46 Riders Academy, para além de assumir aquela que será, certamente, a sua “carreira” mais importante: ser pai!
Miguel Oliveira fechou em definitivo o ano desportivo de 2021 com os testes de final da temporada realizados em Jerez de La Frontera, onde foram testados e analisados os novos componentes que os engenheiros da KTM criaram para a sua moto de MotoGP, estando o seu regresso às pistas marcado para os próximos dias 5 e 6 de Fevereiro de 2022, quando o campeonato regressar aos testes em Sepang, na Malásia.
Testes de final da temporada em Jerez de La Frontera. Via
“Foram dois dias de testes com condições difíceis, tivemos a pista sempre com muito vento e, por isso, os avanços que tivemos na moto em algumas peças não se traduziram em tempos por volta. Mas notámos melhorias e agora o trabalho está do lado da fábrica para nos dar uma moto melhor. Temos bem claro aquilo que precisamos para melhorar face à próxima época e, por isso, este mês de Dezembro será muito importante para eles. A equipa trabalhou de forma intensa durante todo o dia – e quero agradecer-lhes por isso – e estamos agora de olhos postos no futuro para que, em Fevereiro, comecemos a trabalhar já com uma moto mais competitiva,” referiu o piloto português.
Força Miguel!
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