Na recente viagem que efectuei pelos Picos
da Europa, para além de ter desfrutado de belezas naturais verdadeiramente
espectaculares e paisagens de cortar a respiração, encontrei outra beleza na
forma de uma impecável Honda CB750 K0 de 1969/70, equipada com um top case algo artesanal e inserida num
grupo de maxi trails bem mais
contemporâneas que com ela percorriam as estradas de montanha locais, com
animados motociclistas britânicos já sexagenários aos seus comandos:
Honda CB750 K0 de 1969/70,
vista em Boca de Huérgano-Espanha (Junho de 2017).
Para qualquer entusiasta de motos, a Honda CB750 (ou Honda Dream
CB750 Four) é um modelo que dispensa apresentações. Consagrada com o título de “Mota
do Milénio” (ver edição n.º 104 de Dez. 1999 da revista Motociclismo), é considerada
a primeira superbike graças a uma
performance e uma sofisticação fora do comum no ano do seu lançamento, em 1969,
e pela grande influência que provocou no desenvolvimento do motociclismo
mundial, acabando por provocar o colapso da poderosa indústria de motos inglesa.
O modelo CB750 K, ou K0 como
também é conhecido, foi o primeiro de várias gerações que teve a sua grande
mais-valia num motor tetracilíndrico em linha de 750cc, refrigerado a ar e de
alta performance, ao que se juntou o arranque eléctrico, travão de disco na
roda dianteira e uma caixa de 5 velocidades, tudo isto a um preço competitivo.
De 1969 a 1978, as diversas gerações (K0 a K8) foram equipadas com o motor
de 4 cilindros SOHC de 736 cm3, com 4 carburadores, que
debitava 67 bhp às 8.000 rpm e 59,8 Nm às 7.000 rpm. Apesar
dos 218 kg de peso (a seco), a CB750 conseguia atingir os 200 km/h de
velocidade máxima. Tudo isto com grande suavidade e fiabilidade.
Com uma postura de condução vertical, ou standard, a Honda CB750 definiu o que se veio a designar por Universal
Japanese Motorcycle (UJM), ou seja, Motociclo Japonês Universal.
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