Dia 3 (11
de Junho) – 2.ª Etapa
Com o físico restabelecido após uma merecida noite
de descanso na Mealhada, a partida para a 2.ª etapa foi-nos dada um pouco
mais tarde, por volta das 06h40, fruto de uma tirada que se antevia mais
tranquila, embora um pouco trabalhosa, mas com mais tempo para apreciar os
muitos motivos de interesse que estariam para vir.
Saída para a 2.ª etapa
(Luso).
Um forte nevoeiro matinal, com alguns pingos à mistura, impediu a
caravana de desfrutar na plenitude da luxuriante serra do Bussaco, conferindo um
ambiente misterioso ao início do percurso, que iria levar os mototuristas pela
EN234 até Mortágua e Santa Comba Dão, com natural referência a António de
Oliveira Salazar (a personalidade mais conhecida da terra, nem sempre pelos
melhores motivos). A primeira paragem do dia deu-se em São João de Areias, com
muita animação oferecida pela banda Khaganiço Orchestra.
Mas foi preciso chegar às Minas da Urgeiriça para o sol aparecer, acompanhando
a animada caravana até à magnífica Vila de Santar, onde a organização tinha
instalado novo oásis no Paço dos Cunhas. Penalva do Castelo e Satão foram os
locais seguintes a visitar, com nova e rápida paragem até à surpreendente Praia
Fluvial de Vila Cova à Coelheira, um aprazível espaço em torno do Rio Covo que
muito agradou os mototuristas, devidamente enquadrado por “duas” nadadoras
salvadoras, no mais puro estilo da famosa série Baywatch.
Oásis com muita animação (Praia
Fluvial de Vila Cova à Coelheira).
Seguiram-se as localidades de Pendilhe com os seus canastros (ou
espigueiros) para guardar o milho e o museu propositadamente aberto ao Sábado a
antecipar algumas iguarias da culinária regional, Colo do Pito (outro
nome bastante curioso), Lazarim sem os característicos caretos que animam o
Entrudo, Lalim e as suas casas brasonadas, Dalvares e a Casa do Paço onde
funciona o Museu do Espumante, tudo bons aperitivos para nova visita à Ponte e
Torre de Ucanha e ao Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, localidade que se
destaca também pela surpreendente e muitas vezes esquecida judiaria medieval.
Travessia do Rio Douro na Barragem
da Régua (Bagaúste).
A travessia do imponente Rio Douro na Barragem da Régua (Bagaúste) levou
a longa caravana a subir as ingremes encostas dourienses, com passagem exigente
em Alvações do Corgo, num verdadeiro carrossel motorizado em direcção a Fontes,
local onde anualmente se realiza o singular evento Xassos Urban Cup, uma prova
de 3 Horas de resistência para motorizadas a 2T com 50 cm3 (estive
lá em 2014).
Em acção na zona de Fontes.
Via
Em acção na zona de Fontes.
Via
Ainda antes de chegar à Meca dos Xassos, a acentuada subida que ligou
Santa Marta de Penaguião a Fontes fazia novamente estragos, cujas consequências
não passaram de ligeiras esfoladelas na moto e que deixaram um pouco ferido...
apenas o orgulho do seu proprietário. Mas nada melhor para revitalizar corpo e
mente que uma reconfortante refeição quente, servida neste caso no alto do Santuário
de Nossa Senhora do Viso.
Outra situação complicada (novo
tombo), felizmente só com ligeiras esfoladelas na moto.
A escalada continuou pela Serra do Marão, pela menos conhecida e mais
exigente das suas encostas, com passagem junto ao novíssimo Túnel do Marão, que
finalmente completou a A4, até à Cidade de Vila Real, circulando depois pelo
traçado do lendário circuito citadino onde, poucos dias depois, o piloto
português Tiago Monteiro obteve uma histórica vitória
na ronda portuguesa do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC).
A edição de 2016 desta grande maratona do mototurismo nacional estava a
chegar ao fim, gastando as ultimas energias no asfalto até Vila Pouca de Aguiar,
vila que será o ponto de partida da próxima edição do Portugal de Lés-a-Lés.
Daí até ao derradeiro palanque, instalado mesmo ao lado da nascente das águas
das Pedras Salgadas, foi um saltinho, com direito a passeio para desentorpecer
as pernas no Parque Termal e ao jantar de despedida.
Finalmente uma tarjeta do
Lés-a-Lés totalmente preenchida!
Com algumas centenas de quilómetros ainda por percorrer até a casa, o
regresso foi efectuado apenas no dia seguinte, depois de uma noite
bem dormida em Vila Real, percorrendo tranquilamente a A1 rumo a Sul, com
direito a foto de despedida de mais uma edição cumprida do Lés-a-Lés.
Foto de grupo na despedida
de mais um Lés-a-Lés.
Para quem não esteve presente, aqui fica o filme desta 18.ª edição do
Portugal de Lés-a-Lés:
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