Dia 2 (10
de Junho) – 1.ª Etapa
Depois de uma noite bem dormida
na localidade de Olhos de Água, o Dia de Portugal começou bem cedo, logo pelas
06h00, com a partida para a etapa rainha desta 18.ª edição (a mais longa da
história do Lés-a-Lés), ligando a costa algarvia à Serra do Buçaco, num total
de mais de 550 km.
Com um tempo fresco e agradável para a prática do mototurismo, a grande
caravana iniciou a travessia país acima rumo à EN2 e ao troço entre São Brás de
Alportel e Almodôvar, classificado em 2003 como a primeira e única Estrada
Património, com as curvas da estrada “Sofia Loren” (EN396) e a travessia da Ribeira
do Vascão (transição entre o Algarve e o Alentejo) a abrirem o apetite para a
primeira paragem do dia, na sede do Moto Clube de Almodôvar.
Saída madrugadora para a
1.ª etapa (Praia dos Pescadores).
Prosseguindo numa rota o mais a direito possível até ao Luso/Bussaco, tendo
por base a nossa “Estrada Mãe” (EN2), as margens da Barragem do Roxo foram
palco de nova paragem para recuperar o fôlego e aconchegar o estômago, embora
sem exageros, sob pena de, um pouco mais à frente, ter que efectuar uma rápida cura
de emagrecimento para conseguir passar por uma estreita viela na localidade do
Torrão, com gelatinosa ajuda do MC Porto.
A passagem por muitos dos tesouros patrimoniais do nosso país é uma das
mais-valias para os participantes no Portugal de Lés-a-Lés, com foi o caso da Igreja
de Nossa Senhora da Conceição, em Ferreira do Alentejo, ou a imponente Igreja
Matriz das Alcáçovas, isto antes de nova paragem no Castelo de Arraiolos para
esticar as pernas e para um snack.
Oásis (Castelo de
Arraiolos).
As transposições de cursos de água, por pontes antigas ou a vau, são
verdadeiros ex-libris do Lés-a-Lés. E
esta 18.ª edição não foi excepção, com a travessia da Ribeira de Sor através da
espectacular ponte pedonal, mesmo antes da passagem a vau da Ribeira da Margem
onde foi possível molhar as rodas das motos e os pés dos condutores.
Travessia a vau da Ribeira
de Margem (Gavião). Via
Uns metros mais à frente surgia um dos momentos mais complicados do dia,
com a passagem por uma zona com muita areia mole e que originou alguns
sobressaltos (incluindo quedas) a alguns dos participantes.
De novo “em pé” após uma
situação mais complicada (tombo), felizmente sem consequências.
Após uma breve pausa no Gavião para ajudar a restabelecer o ritmo
cardíaco, surgiu a estreante travessia do Tejo através da Ponte de Alvega, com
direito a nova foto “oficial”, num dos locais onde este rio é mais bonito em
solo nacional.
Ponte de Alvega (Rio Tejo).
Via
Mas para os mais destemidos o melhor ainda estava para vir, com uma
radical passagem na Ponte Filipina (1610) sobre o Rio Zêzere, que interliga os
distritos de Castelo Branco e Leiria, ou seja Pedrogão Pequeno e Pedrogão
Grande, através de uma muito íngreme e difícil descida por estrada calcetada
(1860), por entre muros de pedra e vegetação abundante. E como após uma descida
há, normalmente, uma subida, depois de mais um furo na tarjeta foi sempre a transpirar
rampa acima até à Ermida da Nossa Senhora dos Milagres, onde um novo Oásis
permitia relaxar e refrescar a garganta.
Descida radical até à Ponte
Filipina (Rio Zêzere).
Continuando na EN2 e depois de passar por localidades com nomes no mínimo
curiosos como Venda
da Gaita ou Picha, as
belas curvas desta estrada abrem caminho pela xistosa Serra da Lousã até à Vila
de Góis, palco de uma das mais agradáveis concentrações nacionais, que visitei
em 2014. O espaço junto ao Rio Ceira onde se situa a nova sede do Góis Moto
Clube acolheu a última paragem antes da entrada na Mata Nacional do Bussaco.
O último controlo do dia foi efectuado mesmo em frente ao Palace Hotel do
Bussaco e pouco depois de passagem à porta do Museu Militar, com tempo para
apreciar, do lado de fora, o palácio construído a partir de 1885, considerado desde
1917 como um dos mais românticos e belos hotéis do mundo...
Magnífico jardim do Palace
Hotel (Bussaco).
... antes de descer até ao Luso, com o palanque instalado mesmo junto à
fonte da não menos famosa água. O jantar foi servido nas instalações do Parque
de Campismo do Luso.
Enquadramento perfeito para
o final da 1.ª Etapa (Luso).
Continua...
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