sábado, 10 de junho de 2017

18º Lés-a-Lés (2016) - À terceira foi de vez #2/3

Dia 2 (10 de Junho) – 1.ª Etapa

Depois de uma noite bem dormida na localidade de Olhos de Água, o Dia de Portugal começou bem cedo, logo pelas 06h00, com a partida para a etapa rainha desta 18.ª edição (a mais longa da história do Lés-a-Lés), ligando a costa algarvia à Serra do Buçaco, num total de mais de 550 km.

Com um tempo fresco e agradável para a prática do mototurismo, a grande caravana iniciou a travessia país acima rumo à EN2 e ao troço entre São Brás de Alportel e Almodôvar, classificado em 2003 como a primeira e única Estrada Património, com as curvas da estrada “Sofia Loren” (EN396) e a travessia da Ribeira do Vascão (transição entre o Algarve e o Alentejo) a abrirem o apetite para a primeira paragem do dia, na sede do Moto Clube de Almodôvar. 

Saída madrugadora para a 1.ª etapa (Praia dos Pescadores). 

Prosseguindo numa rota o mais a direito possível até ao Luso/Bussaco, tendo por base a nossa “Estrada Mãe” (EN2), as margens da Barragem do Roxo foram palco de nova paragem para recuperar o fôlego e aconchegar o estômago, embora sem exageros, sob pena de, um pouco mais à frente, ter que efectuar uma rápida cura de emagrecimento para conseguir passar por uma estreita viela na localidade do Torrão, com gelatinosa ajuda do MC Porto.

A passagem por muitos dos tesouros patrimoniais do nosso país é uma das mais-valias para os participantes no Portugal de Lés-a-Lés, com foi o caso da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Ferreira do Alentejo, ou a imponente Igreja Matriz das Alcáçovas, isto antes de nova paragem no Castelo de Arraiolos para esticar as pernas e para um snack. 

Oásis (Castelo de Arraiolos).

As transposições de cursos de água, por pontes antigas ou a vau, são verdadeiros ex-libris do Lés-a-Lés. E esta 18.ª edição não foi excepção, com a travessia da Ribeira de Sor através da espectacular ponte pedonal, mesmo antes da passagem a vau da Ribeira da Margem onde foi possível molhar as rodas das motos e os pés dos condutores.

Travessia a vau da Ribeira de Margem (Gavião). Via 

Uns metros mais à frente surgia um dos momentos mais complicados do dia, com a passagem por uma zona com muita areia mole e que originou alguns sobressaltos (incluindo quedas) a alguns dos participantes.

De novo “em pé” após uma situação mais complicada (tombo), felizmente sem consequências. 

Após uma breve pausa no Gavião para ajudar a restabelecer o ritmo cardíaco, surgiu a estreante travessia do Tejo através da Ponte de Alvega, com direito a nova foto “oficial”, num dos locais onde este rio é mais bonito em solo nacional.

Ponte de Alvega (Rio Tejo). Via 

Mas para os mais destemidos o melhor ainda estava para vir, com uma radical passagem na Ponte Filipina (1610) sobre o Rio Zêzere, que interliga os distritos de Castelo Branco e Leiria, ou seja Pedrogão Pequeno e Pedrogão Grande, através de uma muito íngreme e difícil descida por estrada calcetada (1860), por entre muros de pedra e vegetação abundante. E como após uma descida há, normalmente, uma subida, depois de mais um furo na tarjeta foi sempre a transpirar rampa acima até à Ermida da Nossa Senhora dos Milagres, onde um novo Oásis permitia relaxar e refrescar a garganta.

Descida radical até à Ponte Filipina (Rio Zêzere).

Continuando na EN2 e depois de passar por localidades com nomes no mínimo curiosos como Venda da Gaita ou Picha, as belas curvas desta estrada abrem caminho pela xistosa Serra da Lousã até à Vila de Góis, palco de uma das mais agradáveis concentrações nacionais, que visitei em 2014. O espaço junto ao Rio Ceira onde se situa a nova sede do Góis Moto Clube acolheu a última paragem antes da entrada na Mata Nacional do Bussaco.

O último controlo do dia foi efectuado mesmo em frente ao Palace Hotel do Bussaco e pouco depois de passagem à porta do Museu Militar, com tempo para apreciar, do lado de fora, o palácio construído a partir de 1885, considerado desde 1917 como um dos mais românticos e belos hotéis do mundo...

Magnífico jardim do Palace Hotel (Bussaco). 

... antes de descer até ao Luso, com o palanque instalado mesmo junto à fonte da não menos famosa água. O jantar foi servido nas instalações do Parque de Campismo do Luso.

Enquadramento perfeito para o final da 1.ª Etapa (Luso).

Continua...

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