quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Dakar 2016

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Pela 15.ª vez consecutiva, a marca austríaca KTM vence esta mítica prova, num Dakar que não deixa grandes saudades.
Dos cinco pilotos portugueses que alinharam este ano, Mário Patrão e Hélder Rodrigues terminaram em posições de destaque, conquistando a classe Maratona e o 5.º posto na geral, respectivamente.

Paulo Gonçalves (Honda CRF450 Rally #2 ‘Team HRC’). Via

À partida para a mais dura maratona de todo-o-terreno do mundo, Paulo “Speedy” Gonçalves (Honda CRF450 Rally #2 ‘Team HRC’) apresentava-se com naturais aspirações à vitória final, depois de um brilhante segundo lugar obtido em 2015 (com uma vitória numa etapa) e sabendo que o espanhol Marc Coma, vencedor no ano passado, não participaria nesta edição. 

Paulo Gonçalves fez uma corrida de altos e baixos e foi um dos protagonistas da prova por diversas ocasiões, liderando a classificação geral da quarta à sétima etapa, onde parou durante a especial para ajudar o austríaco da KTM Matthias Walkner (que caiu e ficou imobilizado no local com a tíbia fracturada), aguardando até à chegada da assistência médica.



Na 8.ª etapa sofre uma violenta queda, sendo “cuspido” da mota. A aterragem na areia, de costas, é brutal, mas apesar do aparato, Gonçalves consegue levantar-se e pegar na Honda para prosseguir a etapa sem problemas de maior!



Durante a 9.ª etapa viu o motor ceder em consequência de um ramo de arbusto ter furado o radiador da sua CRF450 Rally.
Por entre decisões controversas e penalizações atribuídas, o piloto de Esposende consegue reparar o motor da Honda na etapa seguinte e passou a arriscar um pouco mais para tentar recuperar o tempo perdido para os lugares da frente, quando, já na 11.ª etapa, sofre nova aparatosa queda que o deixou inconsciente e sem condições de continuar em prova (acabou por ser evacuado para o hospital para observação médica, onde lhe foi diagnosticado um traumatismo craniano ligeiro).



Hélder Rodrigues (Yamaha WR450F #7 ‘Yamaha Official Rally Team’). Via

Depois de uma brilhante vitória na penúltima etapa, Hélder “Estrelinha” Rodrigues (Yamaha WR450F #7 ‘Yamaha Official Rally Team’) completou a sua décima participação no Dakar numa honrosa 5.ª posição da geral (teria sido 4.º se não fosse uma penalização de 3 minutos que lhe foi atribuída). 

“Estou muito feliz por ter cortado a meta neste meu décimo Dakar. (...) este Top 5 satisfaz-me, tendo em conta que estive doente na primeira semana do rally. Foi um Dakar muito duro, mas fizemos um excelente trabalho com a Yamaha”, referiu o piloto oficial da marca nipónica em Rosário, Argentina, no final da grande maratona sul-americana. 

Rúben Faria (Husqvarna 450RR #8 ‘Husqvarna Factory Racing’). Via

Devido a uma queda sofrida quando cumpria a 6.ª etapa, Rúben Faria (Husqvarna 450RR #8 ‘Husqvarna Factory Racing’) foi forçado a abandonar a prova.

Em resultado, Rúben Faria fracturou o rádio e o cúbito da mão direita, aos quais se juntou ainda um dente partido, sendo evacuado para o hospital para aos necessários exames médicos que despistaram outras consequências físicas. 

O piloto de Olhão estava a lutar por recuperar posições na classificação geral, mas o azar acabou por terminar de forma prematura a prova do português. Um final inglório para um dos pilotos mais rápidos do pelotão. 

Mário Patrão (KTM 450Rally #44 ‘RR Motos / KTM’). Via

Mário Patrão (KTM 450Rally #44 ‘RR Motos / KTM’) encerrou com chave de ouro a sua 4.ª participação no Rally Dakar, sagrando-se vencedor da classe Maratona e conquistando um brilhante 13.º lugar final na tabela geral.

O piloto de Seia esteve sempre em crescendo de forma deste o arranque da prova, subindo posições na tabela até à entrada no Top 15 final, objectivo que apontou para esta que foi a sua primeira participação aos comandos de uma KTM 450Rally.

No derradeiro dia do Dakar, Patrão obteve o 10.º melhor tempo na curta tirada de 180 km cronometrados que ligaram Villa Carlos Paz a Rosário, na Argentina, aumentando a vantagem que detinha para o segundo classificado da classe Maratona, o romeno Emanuel Gyenes, cifrada nas contas finais em 4min16s a favor do piloto português. 

Um resultado brilhante para o piloto beirão, de 39 anos de idade que conta já com 25 títulos nacionais no seu palmarés. “Não podia estar mais satisfeito. Trouxe objectivos e superei-os. Este resultado é fruto de muito trabalho, de muita dedicação. Não sou um piloto profissional no Dakar mas provei que posso fazer tanto como eles. Conseguimos vencer na Maratona e ainda melhorar para 13.º a minha melhor marca na geral desta prova. O balanço é muito positivo. Chego ao fim do Dakar com vontade de iniciar já outro. Estes últimos dias foram fantásticos”. 

Pedro Bianchi Prata (Honda CRF450 Rally #70 ‘Team Bianchi Prata / Honda Portugal’). Via

No final de um Dakar bastante exigente e marcado por alguns problemas que ditaram perca de lugares na classificação, Pedro Bianchi Prata (Honda CRF450 Rally #70 ‘Team Bianchi Prata / Honda Portugal’) chegou ao final de mais uma edição da prova sul-americana, concluindo na 69.ª posição final.

Após duas semanas de competição o piloto do Porto, que teve uma segunda metade da prova bastante árdua, com problemas mecânicos e respetivas penalizações, conseguiu colocar a sua moto no palanque final. “A partir de um certo momento defini que era esse o meu objectivo e consegui estar no final. Não foi fácil, mas estamos em Rosário novamente e isso é muito importante”. 

Dakar 2016 – Top 3: 1.º Toby Price (KTM #3), 2.º Stefan Svitko (KTM #5), 3.º Pablo Quintanilla (Husqvarna #4). Via

Feitas as contas, a KTM foi mais uma vez a grande vencedora da prova, agora pelas mãos de Toby Price, que se torna o primeiro australiano a ganhar o Dakar, depois do 3.º posto na estreia há um ano.
O privado eslovaco Stefan Svitko, também em KTM, e o chileno Pablo Quintanilla (Husqvarna) fecham o pódio da edição de 2016.

Classificação geral das motas. Via
 
Fontes: Revista Motociclismo, Federação de Motociclismo de Portugal e Dakar

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