Em qualquer tipo de competição, seja ela qual for, o objectivo final será
sempre ser o melhor (o mais rápido, o mais forte, o que chega mais longe,
etc.), o que numa só palavra significa... Vencer! Ora todo o esforço necessário
para alcançar este objectivo leva a uma busca incessante por novas e melhores
soluções por parte dos seus mais variados intervenientes.
Tal como seria de esperar, os desportos motorizados não são excepção à
regra, obrigando as equipas a explorarem ao máximo todas as componentes envolvidas,
das tecnológicas (estudo, desenvolvimento, técnica, concepção, manutenção, etc.)
às humanas (física, emocional, comportamental, etc.), para que no final tudo se
conjugue para obter o melhor resultado possível.
Ao longo da história temos assistido ao aparecimento de algumas soluções
técnicas verdadeiramente inovadoras, como por exemplo a introdução de apêndices
aerodinâmicos na fórmula 1, as chamadas “asas”, em finais da década de 1960.
E se esta solução funciona nos automóveis, porque não colocar uma “asa”
na traseira de uma mota?
Colin Lyster testando a sua
“asa” no chassis de uma Honda CB450 (revista MCN de 3 Junho de 1970). Via
Deve ter sido precisamente isso que Colin Lyster pensou, levando-o a
experimentar esta solução num chassis de uma Honda CB450 nos anos 60/70 do
século passado. Como antigo piloto do “mundial” de velocidade que foi (em
1962/63 com uma Norton 500cc), este rodesiano conhecia bem a dinâmica das motas
de competição e foi mesmo pioneiro no desenvolvimento e utilização de travões
de disco, bem como na criação de chassis e no desenvolvimento de motores para
substituir os cada vez menos competitivos monocilíndricos britânicos.
A ideia do sistema era conseguir um maior apoio aerodinâmico durante a
travagem, com ajuste do angulo de ataque através de movimentos do piloto para a
frente e para trás. Aparentemente seria de esperar algum tipo de resultado
positivo, mas esta solução revelaria outros problemas como a resistência ao ar em
andamento com a consequente diminuição de carga sobre a roda da frente, o aumento
do momento de inércia e o aparecimento do efeito de ondulação no comportamento
da mota devido a uma qualquer oscilação da estrutura. O projecto acabou por ser
abandonado.
Considerações sobre o funcionamento do sistema (livro “Motorcycle
Handling and Chassis Design: The Art and Science” de Tony Foale). Via
A dinâmica das motas é realmente muito diferente da dinâmica dos carros!
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