É comum dizer-se que a Ilha da Madeira é um jardim à beira mar plantado. Das belas paisagens
à boa gastronomia, da riquíssima flora ao artesanato, não faltam motivos de
interesse para a conhecer. Tudo isto acompanhado por temperaturas primaveris
durante praticamente todo o ano.
Foi então
com este magnífico cenário que, ao percorrer as ruas
estreitas e as casas pitorescas da zona velha do Funchal, por entre os inúmeros
restaurantes e as portas pintadas no âmbito do movimento artístico ‘artE de
pORtas abErtas’, encontrei esta pequena motorizada Macal Husky 50 cc de 1977, um
exemplar restaurado que mantém o depósito de combustível com a sua pintura original:
Macal Husky 50 cc de 1977,
vista no Funchal-Madeira (Setembro de 2021).
Em 1921 e através de uma pequena empresa (a Casa
Vulcano) sediada em Águeda, Manuel Caetano Henriques, um simples alfaiate
nascido a 20 de Agosto de 1897, lançou-se no fabrico de componentes para
bicicletas destinados sobretudo à exportação para Inglaterra. O negócio cresceu
e em 1955 fundou a M. Caetano Henriques e Cia. Lda., a Macal.
No final da década de 1950 e por responsabilidade do seu filho mais novo
Isaac de Oliveira Caetano (ex. Campeão Nacional de Motociclismo em 1952 na
classe 350 cc, com uma BSA Gold Star) que entretanto já trabalhava na empresa, tem
início o fabrico de componentes para ciclomotores e, uns anos mais tarde, surgem
as primeiras motorizadas com a marca Macal.
Por essa altura as motorizadas mais vendidas em Portugal eram as
chamadas máquinas de “trabalho” destinadas aos afazeres do dia-a-dia, das mais
simples às mais sofisticadas, onde se incluem os modelos Cliper
e Vanguard da
marca. Isaac Caetano, que gostava de experimentar e de inovar, começou a
desenvolver novos conceitos de motorizadas, nomeadamente as “mini” motos, que
levaria ao lançamento da Macal Husky
na primeira metade da década de 1970.
Com um quadro inspirado na M50 Mini,
a Husky é um modelo monolugar de pequenas dimensões. Vinha equipada com rodas de
1.40x12 e um motor Casal de 50 cc a 2T, inicialmente com caixa de 2 velocidades
de comando manual (punho) e mais tarde também de pé. Terá mesmo sido a primeira
máquina de lazer da Macal e uma das primeiras “mini” motos nacionais.
