terça-feira, 27 de abril de 2010

As scooters em Portugal: O início



“(…) Em 1918 surgiu uma moda que, embora tenha durado pouco, apenas dois anos, muito deu que falar: a das scooters. Talvez o êxito se deva à publicidade de elegantes senhoras que, por todo o lado, circulavam de scooter. Chamou-se scooter a estas motos por serem semelhantes às trotinettes, ainda que melhores.

Em Portugal, as primeiras scooters foram apresentadas no Salão do Porto, mas como as senhoras as achavam demasiado arrojadas, a moda não vingou. É curioso que, durante o século xx, por três vezes, a scooter esteve na moda: primeiro em 1918, depois em 1950/60 e, finalmente, nos anos 90. (…)”

Este texto em conjunto com a fotografia acima foi retirado do magnífico livro “As Motos do Século, o Século das Motos” (edição da Parque Expo 98, S.A. para exposição com o mesmo título, realizada na FIL de 3 a 27 de Agosto de 2000) e resume como a moda das scooters chegou a Portugal.



O curioso e divertido modelo presente na foto designa-se por Autoped e foi produzido nos Estados Unidos durante as duas primeiras décadas do século XX.



Foi também fabricada sob licença na Alemanha pela Krupp, na antiga Checoslováquia pela CAS e no Reino Unido pela Douglas.



Mas afinal que tipo de máquina era esta?



Desde 1915 que a Autoped Company, sedeada na cidade de Long Island, New York, produzia uma compacta scooter pensada para percorrer pequenas distâncias.



Desenhada por Arthur Gibson e Joseph Merkel (o criador da Flying Merkel) é considerada a primeira scooter motorizada inventada na América, onde o condutor permanecia em pé numa pequena plataforma com duas rodas de 15" (38,10 cm).



Propulsionada por um motor monocilíndrico a 4 tempos refrigerado por ar com 155 cc e assente na roda dianteira, podia atingir velocidades de 20 mph (um pouco acima dos 30 km/h).



Era leve (96 lbs - 43,5 kg), fácil de manipular, fácil de conduzir e permitia percorrer 125 milhas (mais de 200 km) com apenas 1 galão de gasolina (3,8 l).

Para operar esta scooter, o condutor tinha que empurrar o guiador para a frente para accionar a embraiagem e depois puxá-la um pouco para trás para ficar em roda livre. Puxando o guiador para trás accionava o travão dianteiro (o único existente).

Esta descrição faz-me lembrar outro veículo bem mais tecnológico e actual... o famoso Segway!

Terminada a sua deslocação, a coluna de direcção (onde se encontravam os comandos da Autoped) era dobrada para cima da plataforma para uma maior facilidade de arrumação.



A scooter Autoped deixou de ser produzida nos Estados Unidos em 1921.



Fontes: The Scooter Scoop e Ride the Machine

1 comentário:

  1. Também quero uma...Estás a ver-me de scooter por aí fora a arrasar...Só hoje é que pus em dia as minhas leituras do teu blog. Mais vale tarde...nazareth

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