Introduzida em 1955, poucas motos capturaram tanto a imaginação pública como a Moto Guzzi V8 de Grande Prémio.
Em setembro de 1954, logo após o GP de Monza, foi realizada uma reunião entre Giulio Carcano, Enrico Tantoni, Umberto Todero, Ken Kavanagh e Fergus Anderson, onde o tema do encontro foi o desenvolvimento de uma mota de 500cc para derrotar as actuais dominadoras dos circuitos (Gilera e MV Agusta), servindo também como montra tecnológica da Moto Guzzi.
O Dr. Carcano concebeu as linhas gerais do projecto e os esquemas foram feitos por Enrico Tantoni, tendo conseguido criar um motor de 8 cilindros em ‘V’ com 499cc muito compacto, com os seus pequenos componentes a ocupar o menor espaço possível, pesando apenas 45kg.
Especificações técnicas:
- Tipo: 4 tempos
- Cilindros: 8 em ‘V’
- Arrefecimento: por líquido
- Distribuição: 2 DOHC
- Cilindrada: 499cc
- Diâmetro x curso: 44 x 41 mm (62cc) por cilindro
- Potência: 78hp às 12000rpm
- Alimentação: 8 carburadores Dell'Orto 20mm (um por cilindro)
- Caixa de velocidades: manual de 4, 5 ou 6 velocidades
- Travões: tambor
- Roda dianteira: 2.75" x 19"
- Roda traseira: 3.00" x 20"
- Peso: 148kg
- Velocidade máxima: 275km/h
No primeiro dia do mês de Fevereiro de 1955, Fergus Anderson, então Racing Team Manager, anunciou aos media o projecto V8 e em Abril de 1955 a primeira mota completa efectuou os seus primeiros testes em Monza.
Em oito meses, Carcano e os seus homens converteram a sua ideia inicial num modelo pronto a rolar.
Capaz de atingir os 280km/h, este motor e esta moto formaram um conjunto único na história do motociclismo de competição.
A inovadora V8 participou durante três épocas no Campeonato do Mundo de Motociclismo, entre 1955 e 1957, no entanto, os pneus, os travões e a tecnologia utilizada na suspensão ficaram aquém do potente motor, originando que a “Otto Cylindri” se revelasse bastante difícil de pilotar (vários pilotos experimentaram quedas espectaculares, algumas com graves consequências), apresentando diversas avarias e uma baixa fiabilidade, revelando-se também complexa e cara para construir e manter.
Após o GP de Monza de 1957, havia duas motas disponíveis mas ninguém estava disposto a correr nelas sem que houvesse um maior desenvolvimento para este modelo, acabando finalmente por ser retirada da competição.
Para quem nunca ouviu esta máquina a roncar, aqui fica este interessante registo.
e ainda este.
Verdadeiramente única!
O Discovery Channel classificou a Moto Guzzi GP500 V8 como uma das dez maiores motos de todos os tempos.
Fonte: Motopaedia
Sem comentários:
Enviar um comentário