Num ano extremamente atípico devido às restrições impostas pela pandemia
Covid-19, Miguel Oliveira obteve o 9.º lugar na classificação de pilotos e
fechou com chave de ouro o campeonato de MotoGP de 2020, uma temporada que marcou
o fim da primeira década do piloto português no “Mundial de Velocidade”.
A sua segunda participação na categoria rainha do motociclismo de
velocidade, aos comandos da KTM #88 da equipa Red Bull Tech3, foi sem dúvida
uma enorme evolução. E se alguém ainda tem dúvidas das capacidades de Miguel
Oliveira, as duas vitórias obtidas de forma espetacular no GP
da Estíria (Áustria) e no GP
de Portugal (Portimão) não deixam margem para equívocos.
Se o triunfo na corrida realizada no Red Bull Ring (a primeira vitória
da carreira em MotoGP) surgiu de forma algo inesperada, numa soberba manobra de
oportunidade e precisão realizada na última curva, na ronda portuguesa venceu
de uma forma avassaladora, com uma corrida perfeita onde para além da pole position (recorde) alcançou também a
melhor volta em corrida (recorde). O regresso do Campeonato do Mundo de Motociclismo
de Velocidade a Portugal não podia ter sido melhor!
Com uma temporada marcada pela lesão do campeão Marc Marquez (Repsol
Honda Team – Honda) que o afastou da maioria das corridas do ano, a competitividade
entre os pilotos foi marcante, com um total de 9 vencedores diferentes. No
final, o espanhol Joan Mir (Ecstar Suzuki – Suzuki) acabou por levar a melhor
sobre os restantes, conquistando o seu primeiro título de Campeão do Mundo de
MotoGP, encerrando um jejum de 20 anos sem títulos da marca nipónica de Hamamatsu.
Em resumo, foram apenas 14 as corridas possíveis que fizeram parte do “mundial”
em 2020:
19
Julho - GP Espanha (Circuito Jerez de La Frontera) – 8.º lugar (8 pts.).
26
Julho - GP Andalucía (Circuito Jerez de La Frontera) – Não classificado.
9
Agosto - GP República Checa (Autódromo de Brno) – 6.º lugar (10 pts.).
16
Agosto - GP Áustria (Circuito de Spielberg) – Não Classificado.
23
Agosto - GP Estíria (Circuito de Spielberg) – 1.º lugar (25 pts.).
13
Setembro - GP San Marino (Autódromo Marco Simoncelli) – 11.º lugar (5 pts.).
20
Setembro - GP Emilia Romana (Autódromo Marco Simoncelli) – 5.º lugar (11
pts.).
27
Setembro - GP Catalunha (Circuito de Montmeló) – Não Classificado.
11
Outubro - GP França (Circuito Bugatti-Le Mans) – 6.º lugar (10 pts.).
18
Outubro - GP Aragón (Motorland Aragón) – 16.º lugar (0 pts.).
25
Outubro - GP Teruel (Motorland Aragón) – 6.º lugar (10 pts.).
8
Novembro - GP Europa (Circuito Ricardo Tormo) – 5.º lugar (11 pts.).
15
Novembro - GP Valência (Circuito Ricardo Tormo) – 6.º lugar (10 pts.).
22
Novembro - GP Portugal (Autódromo Internacional do Algarve) – 1.º lugar (25
pts.).
Classificação final: 1.º Joan Mir (Ecstar Suzuki – Suzuki), 171 pts.; 2.º
Franco Morbidelli (Petronas Yamaha SRT – Yamaha), 158 pts.; 3.º Alex Rins (Ecstar Suzuki – Suzuki), 139 pts.; 4.º Andrea Dovizioso (Mission
Winnow Ducati – Ducati), 135 pts.; 5.º Pol Espargaró (Red Bull KTM
Factory – KTM), 135 pts.; ... ; 9.º Miguel
Oliveira (Red Bull KTM Tech3 – KTM), 125 pts.; etc.
Miguel Oliveira prepara-se para vestir as cores de fábrica da KTM em
2021, tendo como companheiro de equipa na Red Bull KTM Factory o sul-africano Brad
Binder, onde assume a posição de principal piloto da marca austríaca, deixando
assim a estrutura da Tech3 dirigida por Hervé Poncharal. Para além do inegável talento
que demonstra e que lhe permite estar na luta frente aos melhores do mundo, o
piloto natural de Almada tem assim a merecida recompensa da KTM pelo que tem
ajudado a marca austríaca a crescer.
Depois de ser o primeiro português a competir em MotoGP, Miguel Oliveira
será assim o primeiro português a competir como piloto de fábrica na categoria
rainha da velocidade mundial.
Força Miguel!
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