No passado dia 23 de Agosto, o piloto Miguel Oliveira (KTM Tech3) fez
história ao vencer a corrida
de MotoGP do GP da Estíria, batendo Jack Miller (Ducati Pramac) e Pol Espargaró
(KTM) na última curva do Red Bull Ring - Spielberg (Áustria). Esta brilhante
vitória ocorreu na 900.ª corrida do campeonato do mundo de velocidade de
500cc/MotoGP e foi a primeira de um piloto português na categoria rainha do
motociclismo mundial.
“Primeiro
que tudo queria ter a certeza de que era a última volta. Durante toda a corrida
não consegui ver onde estava a minha placa de boxe, por isso não conseguia
perceber se o quarto estava perto de mim ou não e concentrei-me totalmente nos
da frente. Quando chegámos às últimas voltas notei que o Pol começou a utilizar
trajetórias mais defensivas e pensei que ambos podiam perder muito tempo que me
permitisse tirar vantagem disso mesmo na última curva. Na última curva
deixei-os lutar e simplesmente vim para o interior. Quando vi a bandeira de
xadrez e ninguém ao meu redor foi pura alegria! Estou muito contente por dar a
esta equipa a sua primeira vitória, é um grupo de grandes seres humanos, gente
muito profissional e que realmente o merecem. Merecemos esta vitória depois de
todas as lutas que travamos desde o passado ano. Chegámos a esta temporada com
imenso potencial, mas por uma razão ou outra nunca o conseguimos, mas estou
satisfeito por ser um daqueles que levaram este troféu para a equipa”,
comentou Miguel Oliveira.
Com este resultado Miguel Oliveira ofereceu à Tech3 a sua primeira vitória em
MotoGP, após duas longas décadas de competição ao mais alto nível no “mundial”
de velocidade. A Tech3 foi fundada em 1990 pelo ex-piloto Hervé Poncharal,
engenheiro Guy Coulon e Bernard Martignac. Começou a competir na classe de 250cc
e em 2001, fruto de uma parceria com a Yamaha, muda-se para as 500cc. Em 2019
tem início a aventura com a KTM sob a forma da Red Bull KTM Tech3, a actual
equipa satélite do construtor de Mattighofen.
Depois de uma primeira metade de corrida em que parecia que Joan Mir
(Suzuki) estava a fugir para a vitória, uma bandeira vermelha devido a um
incidente com Maverick Viñales (Yamaha) veio alterar a história da corrida. Miguel
Oliveira tinha saído inicialmente com pneus de composto médio em ambas as
rodas, mas depois da interrupção saiu para a segunda partida com um pneu duro à
frente e um médio atrás.
“Tive a sorte de ter uma segunda oportunidade na corrida, porque mudei
de pneus, e acho que isso me permitiu ser mais competitivo na segunda corrida”,
explicou Miguel Oliveira, acrescentando que “numa corrida de 12 voltas é
difícil prever o que vai acontecer, porque não precisamos de pensar na gestão
dos pneus ou do combustível. Deste modo é, digamos, uma corrida mais fácil. Eu
sabia que o Pol e o Jack estavam fortes e acho que não conseguiria
ultrapassá-los se a corrida continuasse. O Pol começou a tapar os buracos, o
Jack tentou ganhar nas últimas curvas, eu sabia que podia tirar partido disto.
Tentei ser seguro e inteligente, e mantive-me pelo interior na última curva e
ser o primeiro a chegar à meta”, concluiu o piloto português.
Que venham mais momentos gloriosos como este, rumo ao almejado título
mundial.
Força Miguel!
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