quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Na “Pérola do Atlântico” #7/8

Dia 7 (16 de Setembro) – Travessia Funchal-Portimão
 
Infelizmente chegava o dia de ter que deixar a Madeira e iniciar a viagem de regresso ao continente. A despedida deixou-me uma sensação um tanto ou quanto agridoce, num misto de satisfação pelo regresso a casa e, simultaneamente, de tristeza por deixar esta fantástica ilha que me proporcionou uma estadia muito agradável e proveitosa.
 
Mas como é costume dizer-se, o caminho faz-se caminhando, ou neste caso a viagem faz-se navegando, pelo que não havia muito tempo a perder, até porque a partida estava marcada para as 10:30 (com a apresentação para o embarque a ter que ser efectuada até às 09:30) e certamente que o navio não iria esperar por mim se chegasse atrasado.
 
Assim, com a bagagem devidamente arrumada mas agora mais volumosa (não sei porquê mas nas viagens de regresso costumo ter mais dificuldade em fazer caber tudo nas malas, acabando por vir sempre com algum lastro extra...), despedi-me do simpático casal de proprietários da Vitorina Corte Guesthouse e percorri pela última vez a Avenida do Mar até ao cais de embarque, no Porto do Funchal.
 
De volta ao ferry ‘Volcán de Timanfaya’.
 
Depois das (poucas) formalidades burocráticas tratadas, o embarque fez-se segundo as indicações do operador e cumprindo os procedimentos já conhecidos, uma tarefa que decorreu sem problemas e que culminou com o estacionamento da moto novamente no interior da ‘Cubierta 4A' do navio.
 
À espera da minha vez para embarcar no ferry.

Com um lugar assegurado junto à janela, num local relativamente resguardado e com espaço livre para colocar os capacetes e os blusões, situação ideal tendo em conta que seria aqui que iria passar a noite, subi uma vez mais ao deck superior do navio, agora para assistir à saída do Porto do Funchal. À medida que nos vamos afastando da costa conseguimos observar praticamente toda a orla sul da ilha, num cenário magnífico que, depois de ter conhecido in loco, via agora com outros olhos.
 
Saída do Porto do Funchal.

Entretanto, as atenções dos passageiros focavam-se a bombordo do ferry, mais precisamente junto ao casco, onde decorria a sempre espectacular (e algo arriscada) entrada a bordo do piloto do porto, manobra esta realizada com o navio em andamento. Após ter comprido com sucesso a sua missão de auxílio na navegação do ferry até este sair da zona do porto em segurança, o desembarque do piloto foi efectuado de forma idêntica, despertando novamente a curiosidade e admiração dos passageiros do ferry.
 
Desembarque do piloto do porto após o cumprimento da sua missão.

Progressivamente o ‘Volcán de Timanfaya’ aproximava-se da sua velocidade de cruzeiro para cumprir as muitas milhas náuticas que tinha pela frente até chegar a Portimão. Tempo para um derradeiro olhar sobre a ilha que aos poucos ia ficando para trás, revivendo mentalmente alguns dos bons momentos aqui passados nos dias anteriores.
 
O adeus à Ilha da Madeira.
 
A viagem ia prosseguindo ao seu ritmo, não ao sabor do vento mas, neste caso, dos motores do ferry. Sem grande coisa para se fazer a bordo e tal como sucedeu durante a travessia para o Funchal, mais cedo ou mais tarde a monotonia instala-se. Vão valendo as sessões contínuas de filmes que passam nas televisões instaladas nas salas de passageiros, mas com o acumular das horas dentro do navio, até elas acabam por contribuir pouco para a distração.
 
Ver as vistas e esticar as pernas ajudou a passar o tempo durante a viagem.

Por altura das refeições o interior do ferry ganha uma outra vida, traduzida numa maior (e normal) agitação por parte dos passageiros, em especial junto ao restaurante self-service. O bar é igualmente um dos locais mais frequentados, facilmente identificado pelo agradável aroma a café que vai perfumando o ar em seu redor.
 
Ao longo do dia, curtos passeios pelo deck superior vão dando para esticar as pernas e desentupir as vias respiratórias, através de uma brisa marítima não muito suave e por vezes até um pouco forçada (vento). Com a chegada da noite, que vem acompanhada por uma notória descida da temperatura, tanto exterior como interior (!), chega também a altura de começar a aconchegar para preparar a entrada do navio em “modo noite”.
 
Continua...

Sem comentários:

Enviar um comentário