Dia 7 (16
de Setembro) – Travessia Funchal-Portimão
Infelizmente
chegava o dia de ter que deixar a Madeira e iniciar a viagem de regresso ao
continente. A despedida deixou-me uma sensação um tanto ou quanto agridoce, num
misto de satisfação pelo regresso a casa e, simultaneamente, de tristeza por
deixar esta fantástica ilha que me proporcionou uma estadia muito agradável e
proveitosa.
Mas como é
costume dizer-se, o caminho faz-se caminhando, ou neste caso a viagem faz-se navegando,
pelo que não havia muito tempo a perder, até porque a partida estava marcada
para as 10:30 (com a apresentação para o embarque a ter que ser efectuada até
às 09:30) e certamente que o navio não iria esperar por mim se chegasse
atrasado.
Assim,
com a bagagem devidamente arrumada mas agora mais volumosa (não sei porquê mas
nas viagens de regresso costumo ter mais dificuldade em fazer caber tudo nas
malas, acabando por vir sempre com algum lastro extra...), despedi-me do simpático
casal de proprietários da Vitorina Corte
Guesthouse e percorri pela última vez a Avenida do Mar até ao cais de
embarque, no Porto
do Funchal.
Depois das
(poucas) formalidades burocráticas tratadas, o embarque fez-se segundo as
indicações do operador e cumprindo os procedimentos já conhecidos, uma tarefa
que decorreu sem problemas e que culminou com o estacionamento da moto novamente
no interior da ‘Cubierta 4A' do navio.
Com um
lugar assegurado junto à janela, num local relativamente resguardado e com
espaço livre para colocar os capacetes e os blusões, situação ideal tendo em
conta que seria aqui que iria passar a noite, subi uma vez mais ao deck
superior do navio, agora para assistir à saída do Porto do Funchal. À medida
que nos vamos afastando da costa conseguimos observar praticamente toda a orla
sul da ilha, num cenário magnífico que, depois de ter conhecido in loco, via agora com outros olhos.
Entretanto,
as atenções dos passageiros focavam-se a bombordo do ferry, mais precisamente junto
ao casco, onde decorria a sempre espectacular (e algo arriscada) entrada a
bordo do piloto do porto, manobra esta realizada com o navio em andamento. Após
ter comprido com sucesso a sua missão de auxílio na navegação do ferry até este
sair da zona do porto em segurança, o desembarque do piloto foi efectuado de forma
idêntica, despertando novamente a curiosidade e admiração dos passageiros do
ferry.
Progressivamente
o ‘Volcán de Timanfaya’ aproximava-se da sua velocidade de cruzeiro para
cumprir as muitas milhas náuticas que tinha pela frente até chegar a Portimão. Tempo
para um derradeiro olhar sobre a ilha que aos poucos ia ficando para trás,
revivendo mentalmente alguns dos bons momentos aqui passados nos dias
anteriores.
A viagem
ia prosseguindo ao seu ritmo, não ao sabor do vento mas, neste caso, dos
motores do ferry. Sem grande coisa para se fazer a bordo e tal como sucedeu durante
a travessia
para o Funchal, mais cedo ou mais tarde a monotonia instala-se. Vão valendo as
sessões contínuas de filmes que passam nas televisões instaladas nas salas de
passageiros, mas com o acumular das horas dentro do navio, até elas acabam por
contribuir pouco para a distração.
Por altura
das refeições o interior do ferry ganha uma outra vida, traduzida numa maior (e
normal) agitação por parte dos passageiros, em especial junto ao restaurante self-service. O bar é igualmente um dos
locais mais frequentados, facilmente identificado pelo agradável aroma a café que
vai perfumando o ar em seu redor.
Ao longo
do dia, curtos passeios pelo deck superior vão dando para esticar as
pernas e desentupir as vias respiratórias, através de uma brisa marítima não
muito suave e por vezes até um pouco forçada (vento). Com a chegada da noite, que
vem acompanhada por uma notória descida da temperatura, tanto exterior como
interior (!), chega também a altura de começar a aconchegar para preparar a
entrada do navio em “modo noite”.
Continua...
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