quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

António Costa Paulo RIP

Uma lenda do motociclismo nacional deixou-nos no passado dia 26 de Março. António Pinto da Costa Paulo, uma figura incontornável da sociedade vila-realense e do desporto motorizado, faleceu aos 81 anos.

António Costa Paulo (1936-2018). Via 

Desde sempre ligado ao Circuito Internacional de Vila Real, Costa Paulo somou inúmeras vitórias, dentro e fora de pista. Além de sócio-fundador do Clube Automóvel de Vila Real (CAVR), fez parte da Federação de Motociclismo, foi ainda diretor de prova, comissário técnico e, claro, piloto. Em 34 anos de carreira (começou a correr aos 16 anos), foi um dos melhores pilotos de motos nacionais nos anos 70/80, vencendo cerca de 75% das corridas que disputou, incluindo a prova inaugural do Autódromo do Estoril em 1972, iniciando o livro de Ouro dos Vencedores do Autódromo ao lado de Ángel Nieto (o vencedor das provas internacionais de 50cc e 125cc) e no final da época conquista o almejado título de Campeão Nacional.

A última corrida foi no 12.º Circuito de Vila Real de Motos (1987) com uma Metra-Kit Huvo Casal 80cc, onde conquistou a segunda posição final. Via 

Idealizou e concebeu a mais famosa das motorizadas nacionais, a Famel XF-17, máquina equipada com um motor Zündapp de 50cc com 5 velocidades, 7 cv de potência, refrigeração a ar e velocidade máxima na ordem dos 110 km/h (o sonho e a desgraça de muitos jovens da época...). “Projectei e propus à Famel, eles só a queriam fazer se eu me responsabilizasse pela venda de 200, concordei e fiquei com a distribuição para todo o norte, fiz um dinheirão!”, referiu Costa Paulo.

Com uma Famel XF-17 devidamente personalizada. Via 

Em 2014 foi homenageado pela Câmara Municipal de Vila Real com a Medalha de Ouro de Mérito Municipal. Em 2017, foi homenageado em Águeda por um grupo de fãs que o surpreenderam com a oferta de uma Famel XF-17 totalmente personalizada. A última homenagem pública seria precisamente em 2017, pelo CAVR e a autarquia local, durante o WTCC, depois de uma exibição de motas no Circuito de Vila Real. 

O “cheiro a gasolina”, de que tanto gostava, nunca mais será o mesmo.

R.I.P.

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