A Famel – Fábrica de Produtos Metálicos, Lda. foi fundada em 1949 na
Mourisca do Vouga, em Águeda, por João Simões Cunha, Augusto Valente de Almeida
e Agnelo Simões Amaro.
Durante a segunda metade do século XX foi uma das maiores empresas de
motorizadas de Portugal (a par da SIS-Sachs e da Casal), numa época em que estes
práticos e económicos veículos de 50cc se tornaram no meio de transporte
preferido da grande maioria das famílias portuguesas.
Via
O centro
de produção da marca, situado
na EN1 à entrada de Mourisca do Vouga (sentido Lisboa-Porto), empregou mais
de 600 trabalhadores e das suas instalações saíram inúmeros modelos que
dominaram o mercado de vendas português. Nos anos 50 produziram-se ciclomotores
com motores Pachancho, Victoria e JLO. Em 1958 é registada a marca Famel para a
comercialização dos veículos. Em 1965 inicia-se a montagem de motores Zündapp. No
final da década de 1970 é produzido o mais emblemático dos seus modelos, a
mítica XF-17 (esteticamente
inspirada na Suzuki
T-125 Stinger, pelo menos ao nível do depósito de combustível), equipada
com o motor Zündapp de 5 velocidades, 7 cv de potência, refrigeração a ar (ou
água na XF-17 Super) e velocidade máxima superior a 100 km/h (o sonho e a
desgraça de muitos jovens da época...).
A entrada de Portugal para a CEE, a consequente abertura dos mercados à
produção estrangeira e as graves crises económicas que ocorreram na década de
oitenta foram determinantes para o encerramento de grande parte desta
indústria, cuja fragilidade se revelou na dificuldade em competir com modelos
técnica e formalmente mais evoluídos apresentados no mercado nacional pela
indústria japonesa.
O último modelo desenvolvido pela marca foi a Famel
Electron em 1997, uma revolucionária scooter eléctrica concebida em
parceria com a empresa portuguesa EFACEC, com um motor de corrente contínua de
36 V que debitava uma potência máxima de 800 W, com 3 baterias de gel/chumbo de
12 V/55 Ah que garantiam um mínimo de 600 cargas e autonomia para 50 km (o que
representava uma vida útil de cerca de 30.000 km). Apesar de ser um projecto
visionário não contou com os prometidos apoios estatais e a empresa acabou por
sucumbir antes de ver este modelo comercializado.
Em 2009, a televisão estatal RTP emitiu uma reportagem
no programa Nobre Povo sobre
as memórias da Famel, onde se fala do restauro de motorizadas da marca, das
histórias perdidas no tempo e do estado de abandono em que se encontravam as
instalações da fábrica, após ter fechado portas em 2002.
Já durante o mês de Maio deste ano, o operador privado de televisão SIC apresentou
uma nova reportagem sobre a fábrica da Famel no programa Abandonados.
Nela podemos ver o absoluto estado de
degradação deste local emblemático, outrora um dos expoentes máximos da
indústria do motociclismo “made in Portugal” ao longo de mais de 30 anos.
Apesar de a marca ter desaparecido há cerca de 15 anos, o culto da Famel
permaneceu e está cada vez mais em alta, graças à grande procura que os motociclos
clássicos portugueses têm actualmente, já restaurados ou por restaurar, para a
qual certamente muito contribuíram os encontros e passeios de motorizadas que
se realizam um pouco por todo o país, destacando-se o evento Todos a
Fátima organizado anualmente pela revista Só Clássicas.
Uma boa prova deste culto é a comédia A última Famel
(2009) e a sequela Famel
Top Secret (2014) da Kinjolas Motion
Pictures, dois filmes realizados por Jorge Monte Real que
futuramente formarão uma trilogia com a terceira aventura intitulada ‘Famel Top
Secret – Parte 2’. A saga das aventuras de PP continua!
Mas será que a história da marca Famel ficará por aqui? Felizmente
parece que a resposta é não, já que a mesma foi recentemente adquirida por Joel
de Sousa, um jovem Engenheiro Automóvel de Guimarães. E nada melhor para revitalizar a marca que a
criação de uma mota totalmente nova, moderna e de acordo com as actuais
exigências do mercado. Assim, espera-se que a famosa expressão “F#&@-se, A Mota É Linda!” possa ser
novamente aplicada a este novo projecto
(previsto para 2018).
A futura Famel XF-17? Via
Em jeito de sugestão aqui fica uma outra proposta,
neste caso do artista do AutoCAD Hélder Rodrigues (não, não é o conhecido
piloto nacional de todo-o-terreno...), para o renascimento da XF-17, aquela que
foi uma das “cinquentas” de cariz mais desportivo fabricadas no nosso país.
Fontes: Motos
de Portugal e Motociclos
Portugueses: “Um olhar do design sobre 50 anos de produção”
Depois quero uma
ResponderEliminarBoa Sorte
ResponderEliminarE eu também quero uma
TAMbem vao ter motor de 125 ??? é que eu so tenho a carta dessa
ResponderEliminarÉs assim tão estúpido? Tens mesmo a carta? Se tens a licença A1 podes conduzir as 50cc. Vai lá ao livro de código ver se não diz "ATÉ 125cc"
EliminarBoa sorte
ResponderEliminarBom projecto vai ser um sucesso !
Eu compro
Em 125 será impecável !
ResponderEliminarA Famel foi sem dúvida um nome grande das motorizadas de fabrico nacional e bem merece uma nova vida, plena de sucesso e que seja mais uma afirmação da qualidade "Made in Portugal".
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEu também gostava de ajudar a construir... o desenho sugerido daria com certeza uma preciosa ajuda no arranque. Tá linda!!!
ResponderEliminarGostava de saber se ja abriu a fabrica.
ResponderEliminarlol. era fixe que realmente voltassem ao mercado, mas penso que seja apenas uma miragem.
ResponderEliminardurante o ano passado falava-se que seria este ano que seriam lançadas as novas xf-17 de 125cc e de 250cc se nao estou em erro. entramos no novo ano nada. hoje dia 28 lembrei-me de ir ao site dos gajos e ja não é a mesma mota agora querem fazer-la eletrica e dizem que será lançada em 2018. tenho serias duvidas... acho que a versão a gota é melhor, podiam era utilizar 125cc e 250cc 2 tempos. aí sim a mota ficava bem veloz.
Eléctricas sim se forem feitas com caixa de mudanças eu compro! ;-)
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