Museo de la Moto y el Coche
Clásico – Hervás
Hervás é uma pacata localidade situada a norte
da Província de Cáceres, no sopé da Sierra de Béjar, no Valle del Ambroz (a
113km de Cáceres e a 98km de Salamanca pela A-66, a Ruta de la Plata que liga Gijón a
Sevilla).
Nela de destacam a Judiaria
ou Bairro Judeu (habitado por uma comunidade judia desde o século XV até à sua
expulsão em 1492), a Igreja de Santa Maria (o ponto mais alto da povoação) e a
Igreja de São João Baptista (pertencente ao antigo Convento dos Trinitários).
A melhor
vista sobre o centro histórico de Hervás obtém-se a partir da margem norte do
Rio Ambroz, precisamente onde Juan Gil Moreno construiu um curioso complexo de
edifícios curvilíneos para albergar o Museo
de la Moto y el Coche Clásico, o qual conta com uma importante representação
de quase tudo o que é relacionado com os meios de transporte, sejam eles de
tracção mecânica ou animal, com especial destaque para as motas.
Via
A
História
Juan Gil
Moreno, marceneiro e empresário de profissão, é também um apaixonado pela sua
terra.
Vista sobre o centro
histórico de Hervás.
Quando era jovem, Juan Moreno teve uma Moto
Guzzi Hispania 65 (65cc a 2T).
Com o passar dos anos as
saudades da sua antiga Guzzi foram apertando e para ajudar a ultrapassar uma
série de circunstâncias negativas que surgiram na sua vida, um dia decidiu começar
a procurar um modelo semelhante para restaurar e assim reviver as suas memórias.
Rapidamente
alargou a procura a todos os modelos produzidos pela empresa espanhola Motorhispania (as cinco
magníficas 49cc, 65cc, 73cc Cardellino, 98cc Zigolo e 110cc Lario, fabricadas sob
licença da Moto Guzzi italiana) e foi desta forma que teve início esta sua
actividade.
Quando
contava já com perto de 25 modelos restaurados, Juan Moreno começa a ponderar
criar um museu para que todos os aficionados das duas rodas os pudessem
disfrutar.
De início
construiu apenas dois pavilhões, os suficientes para albergar a sua colecção,
mas há medida que o número de veículos foi aumentando, foi necessário ampliar a
área de exposição e assim se chegou à actual configuração de oito pavilhões, de
diferentes formas e tamanhos, todos de estilo “Juanesco” (conforme definição do
próprio).
Juan Gil Moreno numa Sanglas
350/1 [350cc a 4T] de 1947. Via
O acesso
ao museu faz-se atravessando o Rio Ambroz pela Ponte Romana da Fuente Chiquita (considerado
o monumento mais antigo da localidade), seguindo depois as indicações
existentes no local.
A meio da
subida deparamo-nos com uma estranha escultura metálica encastrada na parede,
composta por uma amálgama de peças de motas, que indica qual o caminho a seguir
e simultaneamente nos deixa uma reflexão.
“NO SE DESANIME SIGA SUBIENDO
SU ESFUERZO SERA RECOMPENSADO CON LAS MARAVILLAS QUE LE ESPERAN ARRIBA / YA ES TARDE
NUESTRO RODAR EN LA VIDA SIN CONTROL Y EN UN MUNDO CONTAMINADO NOS HA LLEVADO A
ESTE ESTADO”.
Depois de
passada a zona de estacionamento e já junto à entrada do complexo, eis que
surge uma outra escultura metálica relacionada com as motas. Neste caso é um
monumento a todas as que prestaram o seu serviço ao homem e que não foram
recuperadas.
“MONUMENTO A TODAS LAS
MOTOS QUE PRESTARON SU SERVICIO AL HOMBRE Y NO FUERON RECUPERADAS”.
O acesso
ao interior do recinto custa € 10 por pessoa, um valor algo elevado que só é compensado
pelo muito que há para ver e apreciar.
Para além
da zona de recepção, os visitantes dispõem ainda de diversos serviços de apoio que
incluem bar, wc, restaurante, parque infantil e um miradouro para disfrutar da
bela paisagem sobre Hervás e o Valle del Ambroz.
Vista aérea do complexo. Via
A colecção
Funcionando
como um retrato da vida e dos costumes da sociedade de finais do século XIX e
de praticamente todo o século XX, a exposição conta actualmente com mais de 300
exemplares repartidos entre motas (com destaque para marcas espanholas como a Montesa,
Bultaco, Ossa, Sanglas, Derbi, etc.), motas com sidecar, tricarros, bicicletas,
carros (europeus e americanos), triciclos, carrinhos de bebés, coches, etc.
Uma das particularidades
do Museo de la Moto y el Coche Clásico
é o facto de um simples visitante poder adquirir qualquer uma das motas
expostas (desde que manifeste condiçõ€s para tal, naturalmente...).
“RECUERDE – CUALQUIERA DE
LAS MOTOS EXPUESTAS PUEDE SER SUYA INFORMESE EN RECEPCION”.
Com uma
grande quantidade e variedade de marcas e modelos expostos, é difícil destacar
apenas uns quantos para ilustrar a colecção de Juan Gil Moreno, apesar de uns terem
maior importância/raridade relativamente a outros, como seria de esperar. No
entanto aqui ficam alguns belos exemplares:
O Pavilhão 1 é dedicado
essencialmente às motas espanholas (ao fundo encontram-se as Moto Guzzi Hispania
e mais perto estão algumas Montesa, como a Montesa B-46 “Yaya” [125cc a 2T] de
1947-49 à esquerda).
Uma das excepções é esta
italiana Moto Guzzi Falcone Sport [500cc a 4T] de 1952.
Montesa Impala Sport [175cc
a 2T] de 1963-71.
Bultaco Tralla 102 [125cc a
2T] de 1963-71.
São as inglesas e as
italianas que predominam no Pavilhão 2.
NSU 501 TS [500cc a 4T] de
1935 (em segundo plano uma Rondine Sport 125 [125cc a 2T] de 1957).
Douglas 2¾HP “TS” [350cc
a 4T] de 1924.
Scott Super Squirrel [500cc
a 2T] dos anos 20.
F.B. Mondial Constelación [220cc
a 4T] de 1961 e em segundo plano uma Lambretta D “Patinete” [125cc a 2T] de
1952-53, ambas ‘made in’ Espanha.
Bicicleta a pedais militar helvética
de 1904 (Pavilhão 3).
AJS 18S [500cc a 4T] dos
anos 50 com Sidecar.
Camião Ford dos anos 30 (dedicado
ao pai Juan Gil Antunez que foi motorista de transportes) no Pavilhão 4,
juntamente com três motas Lube (da esquerda para a direita: Lube NSU Izaro [150cc
a 2T] de 1962, Lube 125-P [125cc a 2T] de 1956 e Lube Condor [150cc a 4T] de
1963).
Conjunto de quatro pequenas
R. Soriano (o primeiro fabricante espanhol de motas) à entrada do Pavilhão 6, uma
Pantera (azul), uma Tigre (vermelha), uma Puma (com sidecar) e uma Lince
(amarela). Ao fundo uma BMW R4 [400cc a 4T] de 1935.
Galeria de outras motas europeias
(Pavilhão 6).
Monet & Goyon 175-B [175cc a 2T] de 1923.
Motobic MTB 75 [75cc a 2T]
de 1960.
Por entre
carrinhos de bebés, triciclos e outros brinquedos, surge uma curiosa mostra de
peças que sobraram das motas que foram restauradas no museu (Pavilhão 7).
“EL GRAN TRABAJO REALIZADO
– AQUI LES MOSTRAMOS LOS SOBRANTES DE TODAS LAS MOTOCICLETAS RESTAURADAS EN
ESTE MUSEO”.
Para além
de todos os modelos já restaurados e que se encontram expostos, muitos outros
aguardam pacientemente por uma nova vida que lhes devolverá todo o esplendor de
outras épocas.
As recentes aquisições do
museu à espera de um restauro.
Uma
“visita guiada” ao Museo de la Moto y el
Coche Clásico pelo próprio Juan Gil Moreno:
Informações
Morada: Carretera la Garganta Km
0,200, 10700 Hervás (Cáceres), Espanha
GPS: 40º16'38"N
5º51'25"W
Telefone: (+34) 927481206
Fax: (+34) 927474827
E-mail: motoclasica@museomotoclasica.com
Página Web: http://www.museomotoclasica.com/
Horários (GMT+1): Verão (Julho a Setembro) –
Segunda a Sexta das 10:30 às 13:30 e das 17:00 às 21:00; Sábados, Domingos e Feriados
das 10:30 às 21:00 / Inverno (Outubro a Junho) – Terça a Sexta das 10:30 às
13:30 e das 16:00 às 19:00; Sábados, Domingos e Feriados das 10:30 às 13:30 e
das 16:00 às 20:00; Encerra na Segunda.
Entrada: € 10
Fontes: Museo de la Moto y el Coche Clásico,
Wikipédia e Coches.com
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