Inserido no último dia das celebrações da Romaria em Honra da Senhora Aparecida (já lá vão 190 anos) e segundo o programa das festas, o início do “Grande Prémio” estava programado para as 15h00, o que deixou tempo suficiente para fazer um reconhecimento do local e aproveitar para repor as energias com um saboroso frango de churrasco servido numa das tendas da feira.
Pouco a pouco o público começava a encher as ruas desta pequena localidade da freguesia do Torno (Lousada), num colorido muito próprio deste tipo de festas populares onde o verde fluorescente e o rosa choque dominavam como “cores da moda”, devidamente acompanhadas pelos dourados e prateados das sandálias e dos ténis de marca, sem esquecer aquele “sotaque estrangeiro” à mistura.
Dos mais velhos aos mais novatos, das famílias numerosas aos grupos de solitários, todos esperavam ansiosamente pela passagem das ruidosas máquinas de duas rodas a 2 tempos, que entretanto teimavam em não comparecer na recta da meta.
Foi então já com mais de uma hora de atraso face ao horário previsto que o speaker de serviço anunciava o fecho das inscrições para a prova (!?) e o início para breve (!!??) dos treinos livres das duas classes, ao que se seguiriam os respectivos treinos cronometrados e... finalmente... as duas corridas que compunham o G.P.! A tarde prometia ser longa...
Cedo se percebeu pelo comportamento do público que as questões da segurança (com um significado pouco mais que empírico por estas paragens... valha-lhes a protecção da Sr.ª Aparecida!) iriam ser complicadas de gerir pela organização, graças à grande proximidade das pessoas relativamente à passagem das motas (em alguns casos literalmente a escassos centímetros). E realmente não é fácil controlar a adrenalina de milhares de entusiastas ao longo de um circuito urbano, mas essa é precisamente uma das grandes atracções deste evento. Puro e duro!
Mas mais importante que as palavras são as imagens das máquinas e dos pilotos que participaram nesta grande festa popular do desporto motorizado de duas rodas.
Devido ao adiantado da hora e aos cerca de 200 km que ainda tinha para cumprir, não fiquei o tempo suficiente para assistir ao final das corridas de 50 cm3 e 85 cm3 e assim, infelizmente, fiquei sem saber quais foram as suas classificações finais. No entanto aqui ficam os meus parabéns aos vencedores.
Ainda que sem o carisma de outros eventos internacionais de road races e com uma organização a precisar de melhorar em vários aspectos (divulgação do evento, segurança nas corridas e publicação dos resultados, por exemplo), o GP Senhora Aparecida mantem-se como uma das raras provas de motas de estrada que ainda se realizam com regularidade em Portugal. Abençoados sejam!
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Actualização:
Graças à reportagem de Bruno Gomes publicada na revista Motociclismo n.º 269 (Setembro de 2013), também ele presente na Senhora Aparecida mas a convite da organização, finalmente consegui saber os nomes dos vencedores das corridas de 50 cm3 e 85 cm3. Foram eles:
50 cm3 – 1.º Paulo Leite; 2.º Hélder Bessa; 3.º Romeu Leite.
85 cm3 – 1.º Saúl Fernandes; 2.º Hélder Bessa; 3.º Romeu Leite.
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