sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dakar 2013 – Rúben Faria em segundo

Novo resultado histórico para Portugal com a conquista da 2.ª posição no Dakar por parte do piloto Rúben Faria, o melhor resultado de sempre de um lusitano na grande maratona. Além disso, pela primeira vez na história três portugueses terminaram a prova no “top 10”, com Hélder Rodrigues em 7.º e Paulo Gonçalves no 10.º lugar.

Rúben Faria (à esquerda), Cyril Després (ao centro) e Chaleco Lopez (à direita). Via

O grande destaque da edição de 2013 vai para Rúben Faria que recuperou o 2.º lugar no Rali na penúltima etapa, depois de Francisco Lopez ter trocado o motor da mota devido a problemas na caixa de velocidades, tendo como consequência uma penalização de 15 minutos. Na última etapa, o chileno foi o mais rápido na “especial”, seguido de Rúben Faria a 29 segundos, mesmo com uma queda ligeira na ponta final, enquanto Hélder Rodrigues rubricou o 4.º tempo e Paulo Gonçalves o 9.º. Todavia, devido à penalização averbada a Lopez, Rúben Faria foi creditado como vencedor da etapa.

Na sua sexta participação no Dakar, Rúben Faria conseguiu um resultado histórico, provando que desempenhar o papel de “aguadeiro” (no caso, de Cyril Després) não constitui factor impeditivo à conquista de um excelente resultado. Aliás, Després decidiu compensar a fidelidade demonstrada pelo algarvio nas últimas quatro edições da prova, e nos últimos dias desenhou uma táctica que lhe garantisse o quinto triunfo no Dakar, mas também o 2.º lugar a Rúben Faria.

“É inimaginável a felicidade que sinto”, afirmou Rúben. “Treino todos os dias para apoiar o Cyril, depois em prova são quinze dias de trabalho em conjunto, durante os quais conversamos, sorrimos, choramos... e entretanto ele disse-me que era preciso manter o 2.º lugar, sem cometer erros. Consegui e estou muito feliz”.

Hélder Rodrigues. Via

Hélder Rodrigues era candidato à vitória, mas teve de contentar-se com o 7.º lugar. A nova Honda é uma máquina ainda em desenvolvimento, e problemas técnicos prejudicaram o desempenho de Hélder em algumas etapas, sem os quais poderia ter subido ao pódio. “Este foi o meu sétimo Dakar e o quinto na América do Sul. Terminei todas as minhas participações e sempre no Top 10”, referiu Hélder. “Chegar ao fim é uma satisfação muito grande e pela minha parte sinto que cumpri. Cheguei muito bem preparado, senti-me sempre bem fisicamente, estou a navegar cada vez melhor e esforcei-me muito para conseguir resultados positivos em cada dia de prova”.

Paulo Gonçalves. Via

Um problema eléctrico na sexta etapa custou a Paulo Gonçalves mais de uma hora de atraso para os rivais. Sem esse contratempo, um lugar no “top 5” estaria ao alcance do piloto de Esposende, que brilhou entre os mais rápidos em vários troços cronometrados. Em referência à equipa, Gonçalves afirmou: “Demonstrámos que somos altamente competitivos e capazes de competir com os melhores. A prova foi positiva, apesar do resultado final não reflectir a minha real ‘perfomance’ neste Dakar”.

Mário Patrão. Via

Mário Patrão culminou a sua estreia no Dakar com bom desempenho, fechando o “Top 30”. Todavia, problemas mecânicos nas duas primeiras etapas remeteram-no para a cauda do pelotão, tendo de “comer” muito pó para ultrapassar adversários. O piloto de Seia obteve o 6.º tempo na última “especial”, mas sem os ditos contratempos poderia ter acabado a prova entre os vinte primeiros da “geral”. “A etapa de hoje tinha características propícias ao meu ataque e, já que tudo estava a correr bem, não quis deixar de terminar de forma especial esta minha estreia”, disse Patrão, acrescentando que nesta participação “queria chegar ao fim e mantive-me sempre concentrado na minha verdadeira aposta”.

Bianchi Prata. Via

Um grande atraso verificado na quinta etapa, devido a avaria na sua máquina, estragou a festa a Pedro Bianchi Prata. A meio da prova o portuense esteve ao ataque e obteve um par de resultados entre os vinte mais rápidos. Na “geral” ainda conseguiu ficar na primeira metade da tabela, mais exactamente na 58.ª posição.

Em resumo, o quinteto lusitano neste Dakar 2013 teve expressivo desempenho global, sendo Portugal o único país com três representantes no “top 10” da classificação final – resultado que, uma vez mais, confirma a grande valia dos nossos melhores pilotos de Todo-Terreno ao mais alto nível internacional.

No final, a classificação das motas no Dakar Peru-Argentina-Chile 2013 ficou assim ordenada:

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Fonte: Federação de Motociclismo de Portugal

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