No
primeiro fim-de-semana do passado mês de Agosto decorreu na Vila Transmontana
de Sendim a edição 2012 do FIS, i.e., o Festival Intercéltico de Sendim.
Este importante
festival internacional de música folk
(e da cultura mirandesa), já na sua 13.ª edição, conta habitualmente com a
presença de diversos grupos musicais ligados à música tradicional, oriundos de
diversos países/regiões. E este ano não foi excepção, conforme anunciou Mário
Correia (o rosto da organização e o grande dinamizador do FIS) na abertura do
evento, agradecendo ainda a presença do público naquele que, não sendo um
festival subsídio-dependente, é sem dúvida um festival público-dependente, já
que é com a receita da venda dos ingressos que se consegue financiar.
Mário Correia é o rosto da
organização e o grande dinamizador do FIS.
Assim e
na noite de sexta-feira, dia 3 de Agosto, a banda nacional ‘Toques do Caramulo’ foi a
primeira a pisar o palco montado no Parque das Eiras. Sendo essencialmente um
projecto ao vivo, o grupo de Águeda pega em temas de origem tradicional/popular
da zona da Serra do Caramulo e através de novos arranjos alegres, criativos e
desprendidos, imprime-lhes uma sonoridade e uma dinâmica mais actual (à
semelhança de outras boas propostas do género existentes em portugal), chegando
assim mais perto das novas gerações e conseguindo empolgar (e de que maneira)
todos aqueles que assistem às suas actuações.
Actuação dos ‘Toques do Caramulo’, numa pose para a
fotografia.
Mas o
momento mais inesperado da actuação deu-se quando o grupo encabeçado por Luís
Fernandes, o vocalista da banda, saiu do palco... para aparecer literalmente no
meio do público, cantando, tocando e dançando, contribuindo desta forma para o
cariz informal e familiar do FIS.
Momento de grande interacção
com o público na actuação dos ‘Toques do Caramulo’.
Seguiu-se
o grupo castelhano ‘Nuevo Mester
de Juglaría’, de Segóvia, que é uma verdadeira instituição dentro do
universo do folk espanhol. Criada em
1969 e com um importante trabalho realizado ao nível da investigação e recolha
das melodias populares que resultaram na produção de um total de 23 discos, a
banda apresentou-se com uma sonoridade mais clama e tradicional, com destaque
para a qualidade e profissionalismo demonstrado pelos seus membros que contam
já com uns impressionantes 43 anos de carreira.
Actuação do grupo ‘Nuevo
Mester de Juglaría’.
E para
terminar a noite em beleza, nada melhor que ouvir os sons melodiosos (sem voz)
da música celta interpretada pelo reputado ‘Brian Finnegan Quartet’
(Irlanda), que nos transportam de imediato para uma espécie de universo mítico onde
deuses e homens interagiam através de rituais ancestrais em torno da natureza. Para
além de Brian Finnegan (flautas), a banda é composta por Aidan O'Rourke (fiddle),
Ian Stephenson (guitarra) e Jim Goodwin (precursão), oriundos de diferentes locais
da Grã-Bretanha, que interpretam um estilo de música fortemente inspirado na
cultura tradicional irlandesa.
Actuação do ‘Brian Finnegan Quartet’.
Quase no
final do concerto, a espontaneidade e a informalidade vieram uma vez mais ao de
cima no FIS, com um grupo de entusiastas a romper (pacificamente, claro) as
barreiras de separação existentes entre o palco e o público para protagonizar
um momento de dança ao som da música do ‘Brian Finnegan Quartet’.
Momento espontâneo de dança
entre o público, bem junto ao palco.
Nos
intervalos das actuações e para manter o espirito em alta, nada melhor do que
saborear o famoso Licor Celta que era vendido numa das bancas no local.
Quem
também marcou presença neste primeiro dia do festival foi o Secretário de
Estado da Cultura, Francisco José Viegas, que mais tarde viria a homenagear Mário
Correia, com a entrega de uma medalha de mérito cultural.
No final
do espectáculo, as pauliteiras conduziram os resistentes desde o Parque das
Eiras até à Taberna dos Celtas para assistirem pela noite dentro aos Biba la
Gaita!... Os sons da Terra de Miranda.
Aqui
ficam algumas imagens deste evento.
Mais uma
vez o ‘Centro de Música Tradicional Sons da Terra’ está de parabéns pela
excelente organização de mais uma edição do Festival Intercéltico de Sendim.
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