segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Triumph Tiger 800 - Conceito

Alguns meses após o lançamento da Tiger 1050, a Triumph começou a trabalhar no projecto de uma nova trail de média cilindrada para colmatar uma das maiores lacunas na sua gama de motos. A equipa de desenvolvimento (a mesma que acompanhou a Daytona e a Street Triple) trabalhou simultaneamente em várias frentes: quadro, estética/acessórios e motor.
 
O quadro foi um dos primeiros componentes a ser desenvolvido, a partir de um híbrido construído alongando o quadro da Street Triple, para validar a distribuição de peso calculada por computador. Uma vez que os resultados dos cálculos foram confirmados, o quadro final foi desenhado e em torno do qual foi projectado o novo modelo.
 
Durante as primeiras reuniões do projeto foram definidos os seguintes pontos-chave:
Turismo de aventura (adventure-touring) e não desportiva de aventura (sport-adventure).
Novo motor para obter a curva de binário necessária.
Potência de 95cv ​​para cumprir com a futura lei A2 para novos motociclistas.
ABS com possibilidade de ser desligado. 
Ecrã prático e confortável.
Malas rígidas.
Grande capacidade de carga.
Facilidade de utilização e conforto.
Desempenho superior à concorrência.
 
Embora a nova moto devesse ter uma alma “Adventure Touring”, foi também decidido que deveriam ser criados dois modelos diferentes, um com uma vocação mais estradista e outro com uma orientação mais off-road:
“Estrada” (Tiger 800): Roda da frente de 19" em liga leve (moto prática e versátil).
“Fora de estrada” (Tiger 800XC): Roda da frente de 21" com raios (genuína capacidade off-road).
Quadro totalmente em aço.
 
O design ficou a cargo do britânico Chris Hennegan e remonta a abril de 2007, antes do lançamento da BMW F800GS. O objetivo inicial era desenvolver esboços estilísticos para a criação de dois modelos a partir de uma plataforma comum, ambos com cariz “aventureiro”, mas com orientações específicas bem definidas. Versões mais extremas foram igualmente consideradas, uma com elevadas qualidades para estrada e outra todo-o-terreno com poucas (ou nenhuma) concessões de turismo, que, embora já estivesse claro que não havia nenhuma intenção séria de produzi-las, este exercício acabou por ajudar bastante a encontrar o equilíbrio certo para as duas versões de produção.
 
Ao mesmo tempo, várias linhas foram levadas em consideração, desde a estética das sport-adventure então em produção até ao design mais radical das motos de cross. Na época, a equipa sabia que a BMW F800GS estava em desenvolvimento, mas não tinha informações sobre a estética que ela teria. Também sabia que outras motos inseridas neste segmento de cilindrada estavam em fase de restyling e estariam no mercado antes do lançamento da Tiger 800.
 
Do ponto de vista do estilo, foram avaliadas várias opções, até bastante diferentes umas das outras: uma com muitas peças de carenagem na frente e atrás e outra, na ponta oposta, apenas com o depósito e o assento, sem carenagem.
 
Maio de 2007 - Opção A (mais espartana, com pouca carenagem):
 
Tiger 800XC. Via
 
Tiger 800. Via
 
Maio de 2007 - Opção B (com algumas peças de carenagem na parte dianteira e traseira):
 
Tiger 800XC. Via 
 
Tiger 800. Via
 
Maio de 2007 - Opção C (com mais peças de carenagem na parte dianteira e traseira):
 
Tiger 800XC. Via 
 
Agosto de 2007:
 
Tiger 800XC. Via  
 
A ideia básica de uma Tiger 800XC com uma roda dianteira de 21" e carenagem reduzida ao mínimo, bem como uma Tiger 800 com uma roda de 19" com uma linha mais esportiva foi prontamente definida. A decisão sobre “quanta” carenagem a Tiger 800 deveria ter ficou pendente até Outubro de 2007, quando foram agendados os encontros “Customer Clinics” (Focus Groups) em Espanha e Itália.
 
Outra decisão que demorou mais do que o esperado foi a de colocar, ou não, o “bico” na Tiger 800XC. Embora à primeira vista fosse a decisão mais lógica para caracterizar a tipologia da moto, ficou a dúvida se, na percepção geral, o “bico” era acima de tudo identificado com a BMW ou se era considerado uma característica das motos de aventura, tal como é, por exemplo, a “cauda” para uma moto desportiva (uma das primeiras motos a adoptar este tipo de “para-choques” foi a Suzuki DR 750S BIG de 1988).
 
Considerando que esta foi a primeira tentativa séria da Triumph de entrar no segmento das trail de aventura de média cilindrada, era importante que a moto destacasse essa orientação sem ser vista como uma cópia da concorrência. A utilização do “bico” foi então confirmada nos referidos encontros em Espanha e Itália, assim como a escolha de um look minimalista. A partir daí, o objetivo passou por assegurar o equilíbrio das linhas da Tiger 800XC com o “bico”, garantindo ao mesmo tempo que a moto parecesse completa mesmo esse apêndice na Tiger 800.
 
Novembro de 2007:
 
Tiger 800XC. Via 
 
Tiger 800. Via
 
Fonte: Fedrotriple

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