O nome Tiger
está intimamente ligado ao já longo historial da marca inglesa Triumph. Foi
utilizado em diversas motos fabricadas pela antiga empresa Triumph Engineering
(1885-1983), bem como em modelos mais recentes produzidos pela sua
sucessora actual, a Triumph Motorcycles
(1983-presente). A este nome foram associados os modelos de cariz mais desportivo
(numa primeira fase) e aventureiro da Triumph, acabando por se tornar na moto
de aventura com a história mais longa do mundo.
Tudo
começou na segunda metade da década de 1930, com as monocilíndricas Tiger 70
(T70) de 249cc, Tiger 80
(T80) de 349cc e Tiger 90 (T90) de 497cc, desenvolvidas por Edward Turner em 1936 (os
números 70, 80 e 90 correspondem à velocidade máxima de cada modelo, em mph). Estas
Tiger conquistaram o Maudes Trophy em 1937,
dando continuidade ao sucesso obtido pela marca no International
Six Days Trial (ISDT) de 1936
e de 1937.
Ainda sob
a batuta de Edward Turner, em 1939 a Triumph apresentou a bicilíndrica Tiger 100 (T100) de 498cc
(o número 100 corresponde igualmente à sua velocidade máxima em mph), um modelo
mais desportivo desenvolvido com base na nova motorização da Speed Twin. Estes
dois modelos conquistaram novamente o Maudes
Trophy no ano de 1939.
A
produção da T100 cessou logo em 1940, depois da fábrica de Coventry ter sido destruída
por bombardeamentos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, mas retomou em
1946 na fábrica de Meriden e manteve-se até 1973 com diversas variantes. E foi
precisamente aos comandos de uma T100P de 1973, baptizada de “Jupiter”,
que Ted Simon efectuou uma
épica viagem à volta do mundo. A sua aventura de circunavegação teve início
nesse mesmo ano de 1973 e durante os quatro anos seguintes, Ted percorreu 78,000
milhas (126.000 km) através de 45 países. As peripécias desta viagem
ficaram documentadas nos livros Jupiter's Travels e Riding High,
que inspiraram muitos “exploradores de duas rodas” a partirem à descoberta do
planeta, entre os quais se encontram os conhecidos actores Ewan McGregor e Charley Boorman que em
2004 realizaram a famosa viagem Long Way Round.
A família
Tiger foi evoluindo ao longo das décadas seguintes através de modelos como a Tiger T110 (1953-1961),
a Tiger Cub (1956-1968),
a Tiger Daytona
(1967-1974) e a Tiger TR7
(1973-1980). No início da década de 1980 e em resposta ao surgimento da
germânica BMW R80G/S, a
Triumph desenvolveu a bicilíndrica Tiger Trail, nas
versões TR7T de 744cc (1981) e TR65T de 649cc (1982). Uma Tiger TR7T participou
no Rallye
des Pyrénées em 1981, vencendo a classe principal no final dos dois dias da
competição.
Uns anos
mais tarde, em 1993, e já através da nova empresa Triumph Motorcycles sediada
em Hinckley, o nome Tiger foi reavivado com a criação da tricilíndrica Tiger 900 (T400)
de 885cc, traduzindo-se na primeira moto de aventura da era moderna da Triumph.
Foi substituída em 1999 pela T709, um novo modelo com uma orientação dual-sport que utilizava uma versão com
injeção de combustível do motor de 885cc. Daqui em diante, os motores
tricilíndricos com injeção de combustível passaram a fazer parte de todos os
modelos da Tiger.
Mantendo
as mesmas características associadas à sua antecessora, em 2001 a T709 sofreu algumas
alterações (nomeadamente ao nível do motor) e passou a T709EN, designação esta associada
à tricilíndrica Tiger
955i de 955cc. Por sua vez e em 2007, foi substituída pela tricilíndrica Tiger 1050 de 1050cc,
um modelo mais orientado para uma utilização em estrada, já com ABS.
No
entanto, a falta de uma trail de
média cilindrada na gama Triumph traduzia-se numa falha grave para a marca. Desde
que a Tiger 1050 foi apresentada em 2007, muitos esperariam para breve o
lançamento de uma Tiger “Cub” equipada com o motor tricilíndrico de 675cc da Street Triple. Entretanto,
em meados de 2008, é apresentada a BMW F800GS.
A reacção foi inevitável e em 2010 a Triumph surpreendeu ao apresentar uma nova
plataforma de motos de aventura equipada com um motor tricilíndrico de 799cc totalmente
novo. Nascia assim a Tiger
800.
Triumph Tiger 800 (1.ª
geração). Via
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