quarta-feira, 20 de novembro de 2019

53º GP Macau Motociclismo

Cartaz do 66.º GP de Macau. Via

André Pires e a sua equipa, a Beauty Machines Racing Team, voltam a marcar presença no Circuito da Guia para disputar a 66.ª edição do Grande Prémio de Macau, a 53.ª do GP de Motociclismo. Esta foi a sétima participação do piloto português naquela que é considerada uma das mais antigas e exigentes provas mundiais, a única disputada em paralelo com automóveis.

O Circuito da Guia é conhecido por ser um dos mais difíceis e desafiantes em todo o mundo, estando a participação na sua prova apenas destinada a um restrito lote de pilotos convidados que preenchem os requisitos da organização, e onde estão também presentes os melhores pilotos de Road Racing da actualidade.

André Pires e a sua equipa (Yamaha YZF-R1 #14 – Beauty Machines Racing Team). Via 

O piloto transmontano de Vila Pouca de Aguiar mostrava-se bastante motivado à sua chegada a Macau: “Esperamos que seja um bom Grande Prémio, temos tudo preparado para esta edição. Estamos super motivados, o campeonato em Portugal correu muito bem, por isso temos todos os ingredientes para fazer uma grande prova, melhor que a do ano passado. A moto é recente, deste ano e estou a gostar muito do seu desempenho ao longo deste ano, o que me dá boas perspectivas para o evento. Gostaria também de melhorar o meu melhor resultado, o 13º lugar alcançado em 2013 onde também fui o melhor ‘rookie’. Este ano a grelha promete ser a mais competitiva dos últimos anos e eu estou preparado para enfrentar a prova deste ano. Toda a equipa fez um grande trabalho toda a temporada e viemos mais preparados do que nunca!”

Nas primeiras sessões de treinos, André Pires e a equipa sentiram algumas dificuldades técnicas, mas na derradeira sessão de qualificação, o português já contou com a Yamaha YZF-R1 na sua melhor forma, e com isso finalizou a qualificação para o GP de Macau na 21.ª posição (curiosamente o mesmo lugar na grelha de partida de onde arrancou na edição de 2018).

André Pires (Yamaha YZF-R1 #14). Via 

“A segunda qualificação correu bem, a equipa está de parabéns, fez um grande trabalho durante a noite. Resolvemos o problema que sofremos ontem no primeiro treino e por isso hoje já conseguimos rodar o máximo de voltas possíveis em pista. O objectivo era esse, tentar adquirir o máximo de informação. Conseguimos baixar quatro segundos e estamos no 21º lugar da grelha, o que é bastante bom. Ainda vamos tentar melhorar a moto na sessão de 'warm up'. Para a corrida o objectivo passará por fazer um bom arranque e entrar no ritmo o mais rápido possível, creio que podemos aspirar a uma boa posição no final da prova. Não estamos longe, estamos a dois segundos de entrar nos quinze primeiros, por isso o objectivo é fazer o melhor desde início. Acima de tudo terminar, independentemente da posição, é o nosso objectivo, mas estamos muito confiantes que irá correr tudo bem”, referia André Pires.

Tal com tinha previsto, Pires voltou a melhorar o seu tempo de referência na sessão de 'warm up', terminando na 19.ª posição e aproximando-se cada vez mais do objectivo estabelecido. Logo após o arranque da corrida (que viria a ser bastante atribulada), o piloto luso desferia um ataque para recuperar o máximo de posições possíveis e subir na classificação geral. Mas todo este esforço seria inglório já que, ainda durante a primeira volta, na saída do apertado gancho da curva Melco, a traseira da Yamaha YZF-R1 subitamente escapava ao controlo de Pires, catapultando-o para o chão. Sem consequências físicas, André rapidamente levantou a sua moto mas não conseguiu arrancar novamente com a R1, sendo forçando ao abandono e deitando por terra qualquer hipótese de um bom resultado.

Súbita queda de André Pires durante a primeira volta. Via 

"Apesar do que sucedeu foi uma boa corrida, comecei bem, arranquei bem, com algumas ultrapassagens, onde ganhei e perdi algumas posições. Na travagem para o "Hotel Lisboa" voltei a recuperar lugares, estava com um bom ritmo, com o grupo dos mais rápidos logo na primeira volta. No decorrer da primeira volta consegui ultrapassar mais dois pilotos e depois desse momento, foi quando sofri a queda, felizmente sem consequências. É um pouco triste para nós mas estou contente porque ia a tentar rodar bem e acho que íamos fazer um bom resultado. Tenho de agradecer a toda a equipa pelo excelente trabalho que realizou ao longo do fim-de-semana e também aos patrocinadores que uma vez mais apoiaram a minha vinda aqui a Macau. Espero voltar novamente para o ano e tenho que encarar as corridas assim mesmo, estes erros fazem parte. As coisas nem sempre correm como queremos, mas estamos satisfeitos com o trabalho que realizámos”, lamentava André Pires.

Entretanto a corrida prosseguia com Peter Hickman (BMW S1000RR #88 – MGM by Bathams) no comando, seguido de perto por Michael Rutter (Honda RC213V #8 – MGM by Bathams), com David Johnson (Ducati V4 Panigale #20 – Tak Chun Grcup by PBM Ducati), Lee Johnston (BMW S1000RR #13 – Ashcourt Racing) e Davey Todd (BMW S1000RR #74 da MGM by Penz13) todos em perseguição. Logo após a terceira passagem dos primeiros pela linha de meta, a corrida viria a ser interrompida após o acidente nos Esses que envolveu os pilotos Robert Hodson (BMW S1000RR #44 – JGH Racing) e Marek Červený (BMW S1000RR #45 – Wepol Racing). Embora combalidos, ambos os pilotos sofreram lesões ligeiras e regressaram ao paddock no carro de apoio.

Acidente nos Esses da Solidão. Via 

Com o recomeço da corrida, Michael Rutter efectuava desta vez um excelente arranque e colocava-se na primeira posição, com Peter Hickman no seu encalce. Mas seria na volta seguinte, a segunda após a nova partida, que a prova ficaria decidida. Na Curva Lisboa, Hickman ultrapassa Rutter e coloca-se novamente na liderança da corrida. Pouco tempo depois a corrida seria de novo interrompida, desta vez em definitivo, na sequência de um novo e aparatoso acidente no Posto 15 com seis pilotos envolvidos, Erno Kostamo (BMW S1000RR #38 – MGM by Penz13), Derek Sheils (Suzuki GSXR #82 – Burrows Engineering/RK Racing), Didier Grams (BMW S1000RR #26 – G&G Motorsport), Michael Sweeney (BMW S1000RR #65 – Martin Jones Racing), Philip Crowe (BMW S1000RR #71 – Handtrans-Lee Jackson-AC) e Dan Kruger (BMW S1000RR #17 – MGM by Penz13). Três pilotos foram levados para o hospital; Kostamo, Sheils e Kruger, todos conscientes. Kruger e Sheils receberam alta, enquanto que Kostamo foi submetido a uma cirurgia.

Acidente na curva do Posto 15. Via 

A corrida terminava de uma forma abrupta e mais cedo do que o previsto. A decisão inicial da organização foi de que a corrida seria declarada nula e sem efeito, devido a um número insuficiente de voltas completadas. Mas, após uma discussão mais aprofundada, os organizadores concederam a vitória a Michael Rutter por 0,298 segundos sobre o seu colega de equipa Peter Hickman, com base apenas numa volta de corrida. A decisão foi baseada numa cláusula nas regras que significa que a condição de um mínimo de três voltas cumpridas para que um resultado seja declarado é dispensada, se uma corrida tiver uma situação de bandeiras vermelhas e for reiniciada. 

No final, o veterano Michael Rutter foi declarado vencedor do 53.º Grande Prémio de Motos, conquistando assim a sua nona vitória em Macau. O Campeão em título, Peter Hickman, foi segundo, com o australiano David Johnson em terceiro.

Fontes: Grande Prémio de Macau, Macau News, André Pires, Motojornal, Andar de Moto e AMMA

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