Cartaz do 66.º GP de Macau.
Via
André Pires e a
sua equipa, a Beauty Machines Racing Team, voltam a marcar presença no Circuito
da Guia para disputar a 66.ª edição do Grande Prémio de Macau, a 53.ª
do GP de Motociclismo. Esta foi a sétima participação do piloto português
naquela que é considerada uma das mais antigas e exigentes provas mundiais, a
única disputada em paralelo com automóveis.
O Circuito da Guia é conhecido por ser um dos mais difíceis e
desafiantes em todo o mundo, estando a participação na sua prova apenas
destinada a um restrito lote de pilotos convidados que preenchem os requisitos
da organização, e onde estão também presentes os melhores pilotos de Road Racing da actualidade.
André Pires e a sua equipa (Yamaha
YZF-R1 #14 – Beauty Machines Racing Team). Via
O piloto transmontano de Vila Pouca de Aguiar mostrava-se bastante
motivado à sua chegada a Macau: “Esperamos
que seja um bom Grande Prémio, temos tudo preparado para esta edição. Estamos
super motivados, o campeonato em Portugal correu muito bem, por isso temos
todos os ingredientes para fazer uma grande prova, melhor que a do ano passado.
A moto é recente, deste ano e estou a gostar muito do seu desempenho ao longo
deste ano, o que me dá boas perspectivas para o evento. Gostaria também de
melhorar o meu melhor resultado, o 13º lugar alcançado em 2013 onde também
fui o melhor ‘rookie’. Este ano a grelha promete ser a mais competitiva dos
últimos anos e eu estou preparado para enfrentar a prova deste ano. Toda a
equipa fez um grande trabalho toda a temporada e viemos mais preparados do que
nunca!”
Nas primeiras sessões de treinos, André Pires e a equipa sentiram
algumas dificuldades técnicas, mas na derradeira sessão de qualificação, o
português já contou com a Yamaha YZF-R1 na sua melhor forma, e com isso
finalizou a qualificação para o GP de Macau na 21.ª posição (curiosamente o
mesmo lugar na grelha de partida de onde arrancou na edição
de 2018).
André Pires (Yamaha YZF-R1
#14). Via
“A
segunda qualificação correu bem, a equipa está de parabéns, fez um grande
trabalho durante a noite. Resolvemos o problema que sofremos ontem no primeiro
treino e por isso hoje já conseguimos rodar o máximo de voltas possíveis em
pista. O objectivo era esse, tentar adquirir o máximo de informação.
Conseguimos baixar quatro segundos e estamos no 21º lugar da grelha, o que é
bastante bom. Ainda vamos tentar melhorar a moto na sessão de 'warm up'. Para a
corrida o objectivo passará por fazer um bom arranque e entrar no ritmo o mais
rápido possível, creio que podemos aspirar a uma boa posição no final da prova.
Não estamos longe, estamos a dois segundos de entrar nos quinze primeiros, por
isso o objectivo é fazer o melhor desde início. Acima de tudo terminar,
independentemente da posição, é o nosso objectivo, mas estamos muito confiantes
que irá correr tudo bem”, referia André Pires.
Tal com tinha previsto, Pires voltou a melhorar o seu tempo de
referência na sessão de 'warm up', terminando na 19.ª posição e aproximando-se
cada vez mais do objectivo estabelecido. Logo após o arranque da corrida (que
viria a ser bastante atribulada), o piloto luso desferia um ataque para
recuperar o máximo de posições possíveis e subir na classificação geral. Mas
todo este esforço seria inglório já que, ainda durante a primeira volta, na
saída do apertado gancho da curva Melco, a traseira da Yamaha YZF-R1 subitamente
escapava ao controlo de Pires, catapultando-o para o chão. Sem consequências
físicas, André rapidamente levantou a sua moto mas não conseguiu arrancar
novamente com a R1, sendo forçando ao abandono e deitando por terra qualquer hipótese
de um bom resultado.
Súbita queda de André Pires
durante a primeira volta. Via
"Apesar
do que sucedeu foi uma boa corrida, comecei bem, arranquei bem, com
algumas ultrapassagens, onde ganhei e perdi algumas posições. Na travagem para
o "Hotel Lisboa" voltei a recuperar lugares, estava com um bom ritmo,
com o grupo dos mais rápidos logo na primeira volta. No decorrer da
primeira volta consegui ultrapassar mais dois pilotos e depois desse
momento, foi quando sofri a queda, felizmente sem consequências. É um pouco
triste para nós mas estou contente porque ia a tentar rodar bem e acho que
íamos fazer um bom resultado. Tenho de agradecer a toda a equipa pelo excelente
trabalho que realizou ao longo do fim-de-semana e também aos patrocinadores que
uma vez mais apoiaram a minha vinda aqui a Macau. Espero voltar novamente para
o ano e tenho que encarar as corridas assim mesmo, estes erros fazem parte. As
coisas nem sempre correm como queremos, mas estamos satisfeitos com o
trabalho que realizámos”, lamentava André Pires.
Entretanto a corrida prosseguia com Peter Hickman (BMW S1000RR #88 – MGM
by Bathams) no comando, seguido de perto por Michael Rutter (Honda RC213V #8 –
MGM by Bathams), com David Johnson (Ducati V4 Panigale #20 – Tak Chun Grcup by
PBM Ducati), Lee Johnston (BMW S1000RR #13 – Ashcourt Racing) e Davey Todd (BMW
S1000RR #74 da MGM by Penz13) todos em perseguição. Logo após a terceira
passagem dos primeiros pela linha de meta, a corrida viria a ser interrompida
após o acidente nos Esses que envolveu os pilotos Robert Hodson (BMW S1000RR
#44 – JGH Racing) e Marek Červený (BMW S1000RR #45 – Wepol Racing). Embora
combalidos, ambos os pilotos sofreram lesões ligeiras e regressaram ao paddock no carro de apoio.
Acidente nos Esses da
Solidão. Via
Com o recomeço da corrida, Michael Rutter efectuava desta vez um
excelente arranque e colocava-se na primeira posição, com Peter Hickman no seu
encalce. Mas seria na volta seguinte, a segunda após a nova partida, que a
prova ficaria decidida. Na Curva Lisboa, Hickman ultrapassa Rutter e coloca-se
novamente na liderança da corrida. Pouco tempo depois a corrida seria de novo
interrompida, desta vez em definitivo, na sequência de um novo e aparatoso acidente
no Posto 15 com seis pilotos envolvidos, Erno Kostamo (BMW S1000RR #38 – MGM by
Penz13), Derek Sheils (Suzuki GSXR #82 – Burrows Engineering/RK Racing), Didier
Grams (BMW S1000RR #26 – G&G Motorsport), Michael Sweeney (BMW S1000RR #65 –
Martin Jones Racing), Philip Crowe (BMW S1000RR #71 – Handtrans-Lee Jackson-AC)
e Dan Kruger (BMW S1000RR #17 – MGM by Penz13). Três pilotos foram levados para
o hospital; Kostamo, Sheils e Kruger, todos conscientes. Kruger e Sheils
receberam alta, enquanto que Kostamo foi submetido a uma cirurgia.
Acidente na curva do Posto
15. Via
A corrida terminava de uma forma abrupta e mais cedo do que o previsto.
A decisão inicial da organização foi de que a corrida seria declarada nula e
sem efeito, devido a um número insuficiente de voltas completadas. Mas, após
uma discussão mais aprofundada, os organizadores concederam a vitória a Michael
Rutter por 0,298 segundos sobre o seu colega de equipa Peter Hickman, com base
apenas numa volta de corrida. A decisão foi baseada numa cláusula nas regras
que significa que a condição de um mínimo de três voltas cumpridas para que um
resultado seja declarado é dispensada, se uma corrida tiver uma situação de
bandeiras vermelhas e for reiniciada.
No final, o veterano Michael Rutter foi declarado vencedor do 53.º
Grande Prémio de Motos, conquistando assim a sua nona vitória em Macau. O
Campeão em título, Peter Hickman, foi segundo, com o australiano David Johnson
em terceiro.
Fontes: Grande
Prémio de Macau, Macau
News, André Pires, Motojornal, Andar
de Moto e AMMA
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