A ‘Fita de Asfalto’ deseja a todos os motociclistas uma Páscoa Feliz.
segunda-feira, 14 de abril de 2025
sábado, 15 de março de 2025
17º Traveler's Event 2024
A simpática vila alentejana de Avis foi uma vez mais palco de nova edição do Traveler’s Event, a 17.ª, que
decorreu durante o primeiro fim-de-semana do mês de Setembro de 2024.
Tendo as águas calmas da Albufeira da Barragem do Maranhão como cenário
privilegiado, a equipa liderada pelo incansável Rui Baltazar (Balgarpir) preparou
criteriosamente um programa de quatro dias, recheado de actividades, para que todos
os aventureiros pudessem disfrutar ao máximo, em ambiente de grande camaradagem.
Nunca é demais realçar a gratuitidade deste encontro de âmbito nacional,
do qual fazem parte os passeios (on road e off road), os test
drives, as exposições de acessórios, os workshops e as
palestras. É verdade que as motos tipo trail são as rainhas do evento,
mas o Traveler's é dedicado a todos os amantes das viagens,
independentemente da sua moto.
O dia forte do encontro é sem dúvida o Sábado, mas também é o que
apresenta mais confusão, em virtude do elevado número de motociclistas presentes,
que tem aumentado de ano para ano, “encaixados” num espaço que começa a ser
exíguo para tanta gente. A organização estima que terão sido mais de 4.000
pessoas que visitaram o Traveler’s Event ao longo dos 4 dias!
E foi neste dia que, à semelhança de edições anteriores (2022
e 2021),
me juntei à festa logo ao início da manhã, junto à sede do clube Motards
D’Aviz, para efetuar o registo de presença junto da
organização.
Sendo este um evento sobre viagens em moto, nada melhor que começar o
dia com o tradicional passeio turístico pelas estradas da região do Alto
Alentejo, com ponto de encontro junto à Câmara Municipal (dentro das Muralhas
de Avis) e início às 10:00.
Para a edição de 2024, o clube de “fanáticos” da BMW (BMW Motorrad Fans Club) organizou um
percurso para Sul, com aproximadamente uma centena de quilómetros, que desta
vez teve a habitual paragem a meio do trajeto na Vila de Arraiolos.
Cada vez com mais participantes, o passeio turístico acabou por ser vítima
do seu próprio sucesso. Uma longa fila de motos foi a constante durante todo o
trajeto, ao ponto de originar um mega-engarrafamento para entrar em Arraiolos,
que deixou as ruas da vila literalmente entupidas de motociclos. Uma invasão
pacífica que deixou os arraiolenses algo estupefactos.
Mega-engarrafamento para
entrar em Arraiolos (passeio turístico).
Encontrar um local para estacionar não foi naturalmente fácil, mas com
jeito e paciência lá consegui encontrar um pequeno espaço para deixar a Tiger.
Uma vez estacionada a moto, foi tempo de aproveitar a pausa para descontrair e tomar
um café junto à Câmara Municipal, antes de retomar o passeio para o regresso a
Avis.
De volta ao recinto do evento (Complexo do Clube Náutico de Avis), era
tempo de procurar um local para almoçar. Com as opções algo limitadas, acabei
por sair e escolher um restaurante na vila (dos poucos que estavam abertos e
com mesas vagas), para escapar aos aglomerados que habitualmente se verificam junto
das zonas de restauração.
A tarde e a noite de Sábado do Traveler’s Event são
longas e recheadas de actividades. Um pouco depois das 15:00 começavam os workshops
e as sempre animadas tertúlias. Mas antes do seu início, impunha-se uma ronda
pelos stands dos vários concessionários e empresas ligadas às duas rodas,
presentes nesta 17.ª edição.
O grande destaque vai naturalmente para a diversidade de marcas e
modelos de motos, maioritariamente do chamado segmento de aventura (trails,
scramblers e afins), para júbilo dos presentes. Os test rides são
naturalmente muito concorridos, originando listas de espera bastante longas.
Confesso que fiquei um pouco desiludido com a ausência de algumas marcas
importantes e conhecidas, como por exemplo a Triumph, a Aprilia e a Moto Guzzi,
que têm nos seus catálogos vários modelos de aventura, alguns até bastante
populares. Ainda para mais quando estava com curiosidade em experimentar a
recente Moto Guzzi Stelvio, depois do contacto próximo que tive na 26.ª
Expomoto no Porto. Paciência, terá de ficar para uma outra
oportunidade.
Um interessante workshop sobre navegação com GPS, da
responsabilidade de Rui Elias (Espaços
Sonoros), preencheu uma boa parte da tarde. Foram transmitidas explicações
e dicas sempre úteis para ajudar a tirar melhor partido do funcionamento deste
tipo de equipamento, que é utilizado pela grande maioria dos motociclistas,
seja na preparação como na orientação das suas viagens.
Seguiu-se um workshop sobre osteopatia em viagem, ministrado por Edgar
Valente, Inês Feio e Miguel Roseta (Osteomotus),
que decorreu de forma informal junto à esplanada do café do Clube Náutico de
Avis, onde foram demonstradas algumas técnicas para “recuperar o esqueleto” dos
condutores, após os esforços despendidos durante as viagens.
Quase em simultâneo tinha início uma tertúlia sobre motociclismo no
feminino, um tema que está cada vez mais na ordem do dia. Moderada por Liliana de Almeida, contou com
a participação de quatro mulheres motociclistas de diferentes gerações, que deram
o seu testemunho sobre as experiências que têm vivido e a sua paixão pelas
motos.
Para os mais destemidos, as águas da Albufeira da Barragem do Maranhão
convidavam a uns mergulhos na tranquila Praia Fluvial do Clube Náutico. Outros,
porém, preferiam o convívio com os amigos e companheiros de aventura, junto das
motos, dos stands ou nas esplanadas. De uma forma ou de outra, a boa
disposição continuava em alta neste Traveler’s Event.
Com o final do dia chegava também a altura de ir “abastecer” o estômago.
Até porque a noite, como é habitual, iria ser comprida. Uma vez mais sem muitas
opções, o jantar acabou por acontecer numa das roulottes de
comida rápida presentes no recinto.
Por volta das 21:00 começava verdadeiramente um dos pontos altos e mais
aguardados do Traveler’s Event: as apresentações dos viajantes. Ano após ano, são
cada vez mais os motociclistas que fazem questão de partilhar novas e
inspiradoras histórias de aventuras em duas rodas.
E começou logo em grande com a apresentação da viagem “América do Sul
Total” que Wagner
Lima, Manuel
Batista e Rui Carneiro efetuaram em 2024 pelo continente sul-americano. O
grupo saiu de Brasília no dia 1 de Janeiro e regressou no dia 2 de Abril, com
cerca de 30.000 km percorridos nas suas motos. Uma aventura de 92 dias que
passou em 9 países (apenas ficou de fora a Guiana, o Suriname, a Guiana
Francesa e o Paraguai), por diferentes culturas, paisagens e climas, onde apanharam
temperaturas que oscilaram entre os -2 ºC e os 42 ºC.
Seguiu-se uma ligação online por videochamada com João Cid (Water Wonderful Ride),
para um ponto de situação sobre a viagem que estava a efectuar intitulada “The 50/50
Ride”, i.e., 50 anos sobre o paralelo 50. Uma viagem de celebração do seu 50.º
aniversário, que teve início em Abril de 2024, com uma duração estimada de 6
meses e 50.000 km. O objetivo foi deslocar-se em direcção ao Mar do Japão, numa
linha próxima do paralelo 50 Norte, e ir descobrindo algumas das principais
bacias hidrográficas da Europa e da Ásia Central. O regresso a Portugal aconteceu no dia 5 de Outubro.
As apresentações sucediam-se a bom ritmo e a que se seguiu foi o relato
da viagem “49 Graus à Sombra – Do Sahara Argelino ao ponto mais norte de
África”, que Luís Tomaz
Moleirinho realizou desde a Argélia até à costa tunisina, concretizada na
pior altura do ano, quando as temperaturas extremas desafiam qualquer um a ir
até ao limite.
Apresentação “49 Graus à
Sombra – Do Sahara Argelino ao ponto mais norte de África” por Luís Tomaz
Moleirinho.
Por último, foi a vez do viajante João Sousa (João Around the World) partilhar a
sua aventura e as muitas histórias da viagem ao “Pilar Vasco da Gama”. Situado
na localidade de Malindi (Quénia), foi erigido pelo explorador português Vasco
da Gama em 1498 ou 1499, durante a sua pioneira expedição marítima de Lisboa à
Índia através do Cabo da Boa Esperança (1497-1499). Foi declarado Monumento
Nacional em 1935 e está atualmente sob a tutela dos Museus Nacionais do Quénia,
sendo o património mais visitado de Malindi.
Já estávamos bem para lá da meia-noite quando todas as apresentações ficaram
concluídas. Com a mente a fervilhar e a vontade de partir de moto à descoberta
do mundo, uma vez mais a organização presenteou todos os que ficaram até ao fim
com uma sessão de fogo-de-artifício, fechando assim da melhor maneira o terceiro
dia da 17.ª edição do Traveler’s Event.
Com o final da festa nada mais restava do que iniciar o regresso a casa,
numa viagem solitária, por estradas (quase) desertas, tendo a noite como única
companheira. Ficaram as recordações e a vontade de regressar na próxima edição.
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
MotoGP 2024 - Miguel Oliveira em 15º
No seu segundo ano com a equipa satélite da Aprilia, agora americana e
denominada Trackhouse Racing, tudo fazia querer que a competitividade de Miguel Oliveira aos
comandos da moto italiana, alegadamente idêntica às RS-GP24 de fábrica e com o
credenciado Davide Brivio a gerir a equipa ao lado de Wilco Zeelemberg, iria dar
um salto qualitativo em termos de performance relativamente ao ano anterior.
E se em 2023
foi a versão da moto de 2022 (RS-GP22) a condicionar a sua prestação, não deixa
de parecer um pouco estranho que em 2024, e já com a RS-GP24, não tenha conseguido
obter os desejados bons resultados. Ainda mais quando o menos experiente colega
de equipa, o espanhol Raúl Fernández, conseguiu ser melhor em diversas corridas
com a versão da moto de 2023 (RS-GP23)! Uma coisa é certa, é sabido que Miguel
Oliveira só ataca em pleno quando confia a 100% na moto...
Apesar de tudo, a sua consistência ao longo dos GP em que participou foi
assinalável, pontuando praticamente em todos eles, em especial nas corridas de
domingo. Curiosamente, o seu melhor resultado da época foi um segundo lugar
obtido na corrida Sprint do GP Alemanha, no Circuito Sachsenring,
terminando entre os dois principais candidatos ao título em 2024, Jorge Martin
(Prima Pramac Ducati) e Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team).
Mas o infortúnio viria uma vez mais a assolar o piloto de Almada. No
Treino Livre 1 do GP da Indonésia, no Circuito de Mandalika, Miguel Oliveira
sofreu um highside bastante violento e aparatoso na transição entre as
curvas 3 e 4. Imediatamente deu sinais de que estaria lesionado, e a passagem
pelo Centro Médico do circuito confirmou o pior cenário: fractura no pulso
direito.
O piloto português da Trackhouse Racing falhou assim devido a lesão, ou
melhor, devido a estar a recuperar da operação a que foi submetido devido à
queda na Indonésia, nada menos do que cinco rondas do calendário. Basicamente o
#88 esteve ausente durante toda a fase asiática da temporada.
Depois de estar tanto tempo fora de ação, e mesmo sem ter o pulso a
100%, Miguel Oliveira fez todos os possíveis para participar no último GP do
ano, o Grande Prémio da Solidariedade, e despedir-se da Trackhouse Racing e da
Aprilia em pista, e não fora dela.
Aqui fica o resumo da prestação de Miguel Oliveira nos 20 Grandes
Prémios de MotoGP que fizeram parte da temporada de 2024:
9, 10 Março - GP Qatar (Circuito Losail)
Sprint
– 13.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 15.º lugar (1 pt.).
23, 24 Março - GP Portugal (Autódromo Internacional do Algarve)
Sprint
– 12.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 9.º lugar (7 pts.).
13, 14 Abril - GP Américas (Circuito das Américas)
Sprint
– 11.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 11.º lugar (5 pts.).
27, 28 Abril - GP Espanha (Circuito Jerez de La Frontera)
Sprint
– 8.º lugar (2 pts.).
Corrida
– 8.º lugar (8 pts.).
11, 12 Maio - GP França (Circuito Bugatti-Le Mans)
Sprint
– 11.º lugar (0 pts.).
Corrida
– Abandono [problema técnico] (0 pts.).
25, 26 Maio - GP Catalunha (Circuito Barcelona-Catalunha)
Sprint
– Abandono [queda] (0 pts.).
Corrida
– 10.º lugar (6 pts.).
1, 2 Junho - GP Itália (Circuito Mugello)
Sprint
– Abandono [queda] (0 pts.).
Corrida
– 14.º lugar lugar (2 pts.).
29, 30 Junho - GP Países Baixos (Circuito Assen)
Sprint
– 12.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 15.º lugar (1 pt.).
6, 7 Julho - GP Alemanha (Circuito Sachsenring)
Sprint
– 2.º lugar (9 pts.).
Corrida
– 6.º lugar (10 pts.).
– Pausa de Verão –
3, 4 Agosto - GP Grã-Bretanha (Circuito Silverstone)
Sprint
– 10.º lugar (0 pts.).
Corrida
– Abandono [queda involuntária] (0 pts.).
17, 18 Agosto - GP Áustria (Circuito Red Bull Ring)
Sprint
– 13.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 12.º Lugar (4 pts.).
31 Agosto, 1 Setembro - GP Aragão (Circuito Motorland Aragón)
Sprint
– 5.º lugar (5 pts.).
Corrida
– Abandono [queda] (0 pts.).
7, 8 Setembro - GP São Marino (Circuito Misano)
Sprint
– 15.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 11.º lugar (5 pts.).
21, 22 Setembro - GP Emília Romana (Circuito Misano)
Sprint
– 11.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 10.º lugar (6 pts.).
28, 29 Setembro - GP Indonésia (Circuito Pertamina Mandalika)
Sprint
– Não participou [lesionado].
Corrida
– Não participou [lesionado].
5, 6 Outubro - GP Japão (Circuito Mobility Resort Motegi)
Sprint
– Não participou [lesionado].
Corrida
– Não participou [lesionado].
19, 20 Outubro - GP Austrália (Circuito Phillip Island)
Sprint
– Não participou [lesionado].
Corrida
– Não participou [lesionado].
26, 27 Outubro - GP Tailândia (Circuito Chang International)
Sprint
e Corrida – Não participou [lesionado].
2, 3 Novembro - GP Malásia (Circuito Sepang)
Sprint
– Não participou [lesionado].
Corrida
– Não participou [lesionado].
16, 17 Novembro – GP Solidariedade (Circuito Barcelona-Catalunha)
Sprint
– 18.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 12.º lugar (4 pts.).
Classificação final: 1.º Jorge Martin (Prima Pramac Ducati – #89), 508
pts.; 2.º Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team – #1), 498 pts.; 3.º Marc Márquez
(Gresini Racing – #93), 392 pts.; 4.º Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team – #23),
386 pts.; 5.º Brad Binder (Red Bull KTM Factory – #33), 217 pts.; ... ; 15.º Miguel Oliveira (Trackhouse Racing – #88), 75 pts.; etc.
Nas contas finais do campeonato, o piloto espanhol Jorge Martin, após intensa
luta com o campeão em título Francesco Bagnaia até à última corrida do último
Grande Prémio da temporada, conseguiu finalmente conquistar o almejado
Campeonato do Mundo de MotoGP, sagrando-se assim pela primeira vez campeão da
categoria rainha do motociclismo de velocidade.
Esta vitória é também importante pois o ‘Martinator’ (como é chamado
pelos seus fans) consegue ser o primeiro piloto da era moderna do MotoGP
a sagrar-se campeão enquanto piloto de uma equipa independente. O último a
conseguir esse feito foi Valentino Rossi, em 2001.
Terminou assim a temporada 2024 de MotoGP, e terminou também a
passagem de Miguel Oliveira pela Aprilia e, neste caso, pela equipa satélite
Trackhouse Racing. Dois anos depois de se ter mudado para os comandos do
protótipo da casa de Noale, o piloto português despede-se da sua equipa e da
marca italiana.
Mas enquanto se fecha um capítulo na sua carreira, Miguel Oliveira irá dar
início a um novo desafio. O piloto luso assinou um contrato de dois anos com a
Yamaha Racing, que o colocará a competir pela nova equipa satélite Prima Pramac
Yamaha Factory Team. Em 2025 terá como companheiro de box o piloto australiano Jack
Miller.
A estrutura de Paolo Campinoti terá no piloto português alguém que sabe
qual a sua missão em pista: ajudar a equipa a obter resultados, mas também
cumprir com as necessidades da Yamaha Racing no que diz respeito ao
desenvolvimento da YZR-M1.
Miguel Oliveira com a sua
nova Yamaha YZR-M1 da Prima Pramac Yamaha Factory Team (teste em Barcelona). Via
Sobre o seu futuro e esse novo desafio, Miguel Oliveira faz questão de
destacar que “Queria estar num projeto que pudesse vencer, ser tido em
conta, e acredito que na Yamaha vou conseguir isso. Senti da parte da equipa
uma grande vontade de me apoiar com uma boa estrutura e material competitivo”.
Força Miguel!
Subscrever:
Mensagens (Atom)