A temporada de 2023 do Mundial de Velocidade trouxe muitas novidades ao
campeonato e emoções fortes para os fans. O grande destaque foi a estreia
absoluta das MotoGP Sprint, corridas disputadas na tarde de sábado, com metade
das voltas de uma corrida normal, mas sem contarem para as estatísticas
oficiais de um Grande Prémio.
No entanto e em termos de pontuação, os pontos conseguidos pelos pilotos
nestas “corridas espectáculo” contam para a classificação do campeonato, tendo
por isso uma enorme importância no decorrer da época. Nestas corridas curtas apenas
os nove primeiros pilotos pontuam e da seguinte forma: 1.º-12 pontos; 2.º-9
pontos; 3.º-7 pontos; 4.º-6 pontos; 5.º-5 pontos; 6.º-4 pontos; 7.º-3 pontos; 8.º-2
pontos e 9.º-1 ponto.
Miguel Oliveira – CryptoData
RNF Aprilia RS-GP22 #88. Via
Na despedida
da equipa CryptoData RNF Aprilia, Miguel Oliveira teve uma
temporada de MotoGP que certamente não deixará muitas saudades. Diversas
contrariedades condicionaram a prestação do piloto português, com várias quedas
(algumas involuntárias, é certo) que resultaram em lesões e limitações físicas,
com a agravante da sua Aprilia RS-GP22 ter revelado vários problemas técnicos
que, claramente, a colocaram alguns furos abaixo das mais evoluídas Aprilia RS-GP23
da equipa de fábrica.
Mas nem tudo foram azares e más notícias durante o ano de 2023, uma vez
que, em termos pessoais, o nascimento
do segundo filho foi naturalmente um acontecimento marcante e de grande felicidade
na sua vida.
Aqui fica o resumo da prestação de Miguel Oliveira nos 20 Grandes
Prémios de MotoGP de 2023:
25, 26 Março - GP Portugal (Autódromo Internacional do Algarve)
Sprint
– 7.º lugar (3 pts.).
Corrida
– Abandono [queda involuntária] (0 pts.).
1, 2 Abril - GP Argentina (Circuito Termas de Rio Hondo)
Sprint
– Não participou [lesionado].
Corrida
– Não participou [lesionado].
15, 16 Abril - GP Américas (Circuito das Américas)
Sprint
– 8.º lugar (2 pts.).
Corrida
– 5.º ligar (11 pts.).
29, 30 Abril - GP Espanha (Circuito Jerez de La Frontera)
Sprint
– 5.º lugar (5 pts.).
Corrida
– Abandono [queda involuntária] (0 pts.).
13, 14 Maio - GP França (Circuito Bugatti-Le Mans)
Sprint
– Não participou [lesionado].
Corrida
– Não participou [lesionado].
10, 11 Junho - GP Itália (Circuito Mugello)
Sprint
– 12.º lugar (0 pts.).
Corrida
– Abandono [queda] (0 pts.).
17, 18 Junho - GP Alemanha (Circuito Sachsenring)
Sprint
– 16.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 10.º lugar (6 pts.).
24, 25 Junho – GP Países Baixos (Circuito Assen)
Sprint
– 19.º lugar (0 pts.).
Corrida
– Abandono [problema técnico] (0 pts.).
– Pausa de Verão –
5, 6 Agosto – GP Grã-Bretanha (Circuito Silverstone)
Sprint
– 10.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 4.º lugar (13 pts.).
19, 20 Agosto – Áustria (Circuito Red Bull Ring)
Sprint
– Abandono [queda involuntária] (0 pts.).
Corrida
– Abandono [problema técnico] (0 pts.).
2, 3 Setembro – Catalunha (Circuito Barcelona-Catalunha)
Sprint
– 6.º lugar (4 pts.).
Corrida
– 5.º lugar (11 pts.).
9, 10 Setembro – São Marino (Circuito Misano)
Sprint
– 12.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 6.º lugar (10 pts.).
23, 24 Setembro – Índia (Circuito Buddh International)
Sprint
– 12.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 12.º lugar (4 pts.).
30 Setembro, 1 Outubro – Japão (Circuito Mobility Resort Motegi)
Sprint
– 14.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 18.º lugar (0 pts.).
14, 15 Outubro – Indonésia (Circuito Mandalika)
Sprint
– 10.º lugar (0 pts.).
Corrida
– 12.º lugar (4 pts.).
21, 22 Outubro – Austrália (Circuito Phillip Island)
Corrida
– 13.º lugar (3 pts.).
Sprint
– Cancelada [condições climatéricas].
28, 29 Outubro – Tailândia (Circuito Chang International)
Sprint
– 17.º lugar (0 pts.).
Corrida
– Abandono [problema técnico] (0 pts.).
11, 12 Novembro – Malásia (Circuito Sepang)
Sprint
– 18.º lugar (0 pts.).
Corrida
– Abandono [queda] (0 pts.).
18, 19 Novembro – Qatar (Circuito Losail)
Sprint
– Abandono [queda] (0 pts.).
Corrida
– Não participou [lesionado].
25, 26 Novembro – Valência (Circuito Ricardo Tormo)
Sprint
– Não participou [lesionado].
Corrida
– Não participou [lesionado].
Classificação final: 1.º Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team – #1), 467
pts.; 2.º Jorge Martin (Prima Pramac Racing – #89), 428 pts.; 3.º Marco
Bezzecchi (Mooney VR46 Racing Team – #72), 329 pts.; 4.º Brad Binder (Red Bull
KTM Factory Racing – #33), 293 pts.; 5.º Johann Zarco (Prima Pramac Racing – #5),
225 pts.; ... ; 16.º Miguel Oliveira (CryptoDATA RNF MotoGP Team
– #88), 76 pts.; etc.
Na discussão pelo título de MotoGP, após luta renhida com Jorge Martin
ao longo da temporada, o italiano Francesco Bagnaia acabou por levar a melhor e
voltou a sagrar-se Campeão do Mundo, o que acontece pela segunda vez e de forma
consecutiva. É também o primeiro piloto a conseguir ser campeão por duas vezes
de forma consecutiva aos comandos de uma Ducati.
Quanto a Miguel Oliveira, o piloto luso analisa desta forma o que
aconteceu este ano: “(...) Foi uma temporada miserável, sim. Terminei oito corridas.
Não foi o que eu esperava, isso é certo. Tive um pouco de tudo esta temporada:
azar, embates com outros pilotos, problemas técnicos com a moto. Tive um pouco
de tudo esta temporada, não foi o que eu esperava, mas penso que isso também
poderá ajudar a construir caráter para a próxima temporada. Estou feliz por ter
sobrevivido a tudo esta temporada, por isso espero que na próxima temporada
seja melhor”.
Em jeito de antevisão da temporada de 2024, há bons indicadores de que
Miguel Oliveira irá ter outros argumentos para lutar pelos lugares cimeiros nos
próximos grandes prémios, posições estas mais condizentes com as capacidades e
talento do português.
Isto porque o lugar deixado vago pela saída da CryptoDATA RNF MotoGP
Team será ocupado pela Trackhouse Racing MotoGP de Justin Marks, fundador e
responsável máximo desta equipa americana que, tudo indica, disponibilizará
motos com especificações “o mais parecidas possível com as da equipa de
fábrica” aos seus dois pilotos Miguel Oliveira #88 e Raúl Fernández #25.
Trackhouse Racing MotoGP
com a Aprilia em 2024 (Miguel Oliveira #88 e Raúl Fernández #25). Via
A nova equipa satélite da Aprilia irá então competir em 2024 com duas RS-GP24
praticamente iguais às da equipa principal Aprilia Racing, tornando-se assim significativamente
mais competitiva, podendo desta forma ajudar a Aprilia a evoluir mais
rapidamente o seu protótipo, algo que já tinha sido solicitado por Aleix
Espargaró à marca italiana.
Força Miguel!
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