quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O estranho caso do MC Lisboa

Por uma opção meramente pessoal, devo começar por dizer que nunca fiz parte de nenhum moto clube, grupo motard ou outra associação do género, embora apoie e reconheça o seu papel extremamente importante junto da comunidade motociclística, quer seja na defesa dos seus direitos enquanto utilizadores de veículos de duas rodas, ou no convívio salutar entre os seus associados e amigos, abrangendo várias actividades tais como as concentrações de motas.

Apesar disso, durante a última década e meia participei em diversas concentrações de vários moto clubes, como por exemplo o MC Covilhã – “Lobos da Neve” a Norte ou o MC Montijo na área da Grande Lisboa, sem esquecer aquela que é uma das grandes referências a nível nacional (e europeu) deste tipo de eventos, a Concentração Internacional do MC Faro, cuja primeira visita efectuei em 1999 aos comandos de uma Honda CB 500. 


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Ora vem este assunto a propósito das comemorações do 27.º aniversário do MC Lisboa (1987-2014), que decorreram no passado dia 11 de Janeiro.
Bem, não propriamente em relação ao aniversário em si, que se espera que se repita por muitos e bons anos, mas sim ao papel que este moto clube tem vindo a ter na cena motociclística local e nacional. 
Ou melhor, a ausência dele... uma vez que, bem vistas as coisas, o MC Lisboa não é um moto clube qualquer.

Sediado na capital do país (na Freguesia dos Olivais) com novas instalações desde 9 de Abril de 2001 e um protocolo celebrado com a Câmara Municipal de Lisboa a 21 de Setembro desse ano no domínio da protecção civil, a sua já longa história remonta à génese das estruturas nacionais federativas e associativas (há registos da década de 50 do século passado sobre a existência de um clube com analogias ao actual). 


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É o sócio fundador n.º 2 da Federação de Motociclismo de Portugal (11 de Maio de 1990), o organismo responsável pela promoção, coordenação e regulamentação do motociclismo nacional, que, em jeito de curiosidade, tem como sócio fundador n.º 1 o MC Sintra, grande impulsionador das motas antigas e clássicas, na vertente de coleccionismo e de competição.

Em face de tão relevante corriculum e correndo o risco de ser injusto (uma vez que não estou familiarizado com todas as suas actividades), não deixa de ser um pouco estranho que não se conheçam e/ou divulguem, pelo menos ao nível do grande público, as várias iniciativas levadas a cabo por este moto clube na Cidade de Lisboa, caso elas realmente existam. 

Mais, com o crescente número de turistas a visitarem aquela que foi recentemente uma das cidades vencedoras do Financial Times para o Investimento Directo Estrangeiro das Cidades e Regiões do Futuro 2014/2015, melhorando assim o ranking anterior, é todo um potencial turístico ao nível da hotelaria, da restauração e do comércio que é desaproveitado (veja-se por exemplo o papel que o MC Faro tem tido na prestação de serviços à comunidade e na divulgação/promoção daquela região algarvia).

Em resumo, o MC Lisboa tem sido um clube mais virado para os seus associados e algo fechado para os lisboetas em geral. É caso para perguntar: Será que têm havido acções de sensibilização para a prevenção de acidentes rodoviários, especialmente junto das camadas etárias mais jovens, tal como previsto no protocolo com a CML? Face à grande implantação que as concentrações de motas têm em Portugal, será que era assim tão descabido organizar uma em Lisboa? Ou porque não uma grande festa do motociclismo, com exposições, passeios, desfiles, provas desportivas, test drives e afins, um pouco como já se faz na invicta através do MC Porto? 

Eu, sinceramente, esperava um pouco mais...

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