terça-feira, 11 de maio de 2010

Quando o farol se junta ao depósito

Embora partilhem a zona frontal das motas, o farol e o depósito têm funções bem distintas e inclusive pela natureza do seu funcionamento (a electricidade não costuma conviver muito bem com a gasolina), encontram-se afastados um do outro e posicionados normalmente por cima da suspensão dianteira e por cima do motor, respectivamente.

Mas quando alguém tem a brilhante ideia de os juntar numa peça única, o resultado não pode ser muito diferente desta mota francesa nos anos 50 do século passado sobre a qual, confesso, nunca tinha ouvido falar antes: a Derny Taon.



Apesar de todas as motos serem interessantes, esta fez-me parar um pouco para reflectir.

Até talvez nem fosse grande coisa a andar, já que a sua embraiagem era dura e o punho das mudanças (tinha três de mão) era sensível, mas as suas linhas parecem divinais, talvez saídas de algum filme do James Bond ou de uma série do tipo Star Trek (repare-se na suspensão dianteira, tipo Aeron, ou ainda na interligação entre o farol da frente e o depósito de gasolina).


Derny Taon

Até aqui, para mim, a MZ era a moto desta época com a óptica mais esquisita, mas isto bate tudo.

Ao que consta, a Derny especializava-se em bicicletas com motor usadas em velódromos. No começo dos anos 50 do século XX, foi comprada por Robert Fenwick, um homem que já tinha sido importador da Lambretta para França e que era também o representante dos helicópteros Bell em França.


Derny Taon

Tentou relançar a Derny com algo revolucionário e a Derny Taon foi a sua aposta. O motor era um AMC monocilíndrico de 125cc e o nome Taon era um diminutivo do apelido do jovem designer da moto, Roger Tallon, na altura quase acabado de sair da universidade mas que mais tarde viria a ser mundialmente conhecido por ser o designer de centenas de produtos famosos, entre eles o TGV!


Derny Taon

Mas existem outros “belos” exemplos do que pode acontecer quando o farol (ou a óptica) se junta ao depósito:


MZ ES 250-2 Trophy (1969)




DKW 1964

Quem sabe quantas mais haverão por aí.

Tenham medo, muito medo...

Fonte: Da Moto Clássica

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