Colecção de José Pereira
A maior
colecção particular de motas antigas e clássicas em Portugal encontra-se
sediada na Vila de Barrosas, Freguesia de Idães (Felgueiras) e é propriedade do
empresário José Pereira, contando com cerca de um milhar de exemplares
repartidos entre motas, motorizadas e scooters.
Via
A
(recente) História
Contrariamente
ao que muitas vezes acontece com as grandes colecções, que vão aumentando ao
longo do tempo a partir de colecções mais pequenas e já existentes, a colecção
de motas antigas e clássicas de José Pereira foi construída a partir do zero e há
relativamente pouco tempo.
Depois de
uma vida inteira dedicada ao calçado, foi há cerca de 10 anos atrás que José
Pereira decidiu entregar a indústria ao seu filho e começou a interessar-se
mais a fundo pelo coleccionismo de motas e motorizadas, uma das suas grandes
paixões desde jovem. De início foram adquiridos principalmente modelos
nacionais de 50cc, mas com o passar dos anos e de diversas deslocações a feiras
e leilões, foram chegando muitas outras máquinas de diferentes nacionalidades,
como as francesas, as alemãs, as inglesas, as italianas, as americanas, etc.
Felizmente
que José Pereira não olha só para os custos quando restaura uma determinada máquina.
Acima de tudo valoriza cada exemplar como se de uma peça de arte se tratasse,
seja ela uma Cucciolo, uma Famel, uma BMW ou uma Harley-Davidson. É graças a
esta louvável abordagem que tem ajudado a salvar centenas de motas, motorizadas
e scooters, preservando assim a história (e as histórias) associada a estes
extraordinários veículos e a de todos os que, de alguma forma, estiveram ligados
a eles.
É
realmente uma pena que uma colecção deste calibre não esteja acessível ao
grande público, pois seria certamente motivo de grande regozijo para todos os
amantes das duas rodas (e não só).
A
exposição
Os (poucos)
que tiveram a felicidade de conseguir visitar este local certamente que não
perderam a oportunidade para admirar detalhadamente todos os magníficos modelos
expostos, num pavilhão de 2.500 m2 construído de raiz para o efeito,
cujo espaço foi dividido em “ilhas” para albergar os diversos tipos de motas.
Via
Esta
colecção de sonho conta com cerca de mil motas, motorizadas e scooters, das
quais mais de metade estão impecavelmente restauradas. Para tal, José Pereira, homem
simples e amigo, dá emprego a muita gente e tem vários mecânicos, chapeiros e
pintores a trabalhar a tempo inteiro só para as motos!
A secção
das motas mais “idosas” situa-se no rés-do-chão do museu e é constituída
maioritariamente por francesas, belgas e suíças (a mais antiga é uma Minerva de
1901).
Via
Segue-se
o núcleo dos anos 10, 20 e 30 (entre as duas Guerras Mundiais), também com predominância
das motas originárias de países francófonos. Incluída neste grupo encontra-se a
misteriosa e aparentemente portuguesa Águia-Villers,
uma monocilíndrica dos anos 30 com um motor Villers de 250cc, sobre a qual não
se conhece a sua origem e que pode bem ser um exemplar único!
A misteriosa Águia-Villers
de 250cc dos anos 30. Via
Relativamente
à época do pós-guerra (anos 40 e 50) são as marcas inglesas que mais se
destacam, com nomes conhecidos como a Triumph, a BSA, ou a Norton, mas também
por lá se encontram algumas mais raras como a New Imperial ou a Zenith.
As alemãs,
bem como outras marcas da Europa Central, estão igualmente presentes no
pavilhão, repartidas entre as BMW, as Jawa e as ČZ.
Via
Apesar da
maior parte da colecção serem motas e motorizadas, as scooters também estão bem
representadas com mais de 60 exemplares. E para além das tradicionais italianas
Vespa e Lambretta, podem ainda ser admiradas scooters de locais tão diversos
como o Japão, a Europa de Leste, a França, a Alemanha, a Inglaterra, etc.
Via
Finalmente
no primeiro andar (galeria) podem ser vistas as bicicletas, os ciclomotores, as
motorizadas e outras scooters, num total de mais de 250 unidades!
Via
Na “cave”
encontram-se ainda um grande número de motas, motorizadas e scooters à espera
de restauro, que assim aguardam pacientemente pela sua oportunidade de brilharem
junto das restantes.
Muitas motas, motorizadas e
scooters ainda por restaurar. Via
De encher
o olho!
Informações
Morada: Vila
de Barrosas, Freguesia de Idães, Felgueiras
GPS:
Desconhecido (o proprietário deseja manter o local incógnito)
Não se
encontra aberto ao público.
Fontes: Revista
“Da Moto Clássica” n.º 2 (2008), Revista
“Moto Clássica” n.º 27 (2010) e Moto
Clube do Porto
Que pena não ser possível visitar a sua colossal colecção Sr. José Pereira.
ResponderEliminarMesmo que fosse preciso pagar, seria excelente para mim e para todos os admiradores de veículos de duas rodas.
Certamente o Sr. ainda conseguiria uma boa ajuda financeira para conseguir recuperar as outras 100 que tem guardadas.
Pense nisso, por favor.
Um grande abraço, sempre com muita saúde e obrigado por preservar esses veículos tão importantes da nossa história.